Dia do advogado: os advogados são lembrados e homenageados no dia 11 de agosto

No país, os advogados são lembrados e homenageados no dia 11 de agosto, data da criação dos cursos de Direito no Brasil, como dito em oportunidade anterior (Lei do Império de 11 de agosto de 1827). E será que existem motivos para comemoração?

advogado

Os profissionais que trabalham no cotidiano sabem o quão é difícil e dispendiosa a atividade de ser advogado, submetendo-se aos mais diversos embaraços na fluidez dos trabalhos, chegando ao ponto da lamentável barganha em preços de honorários.

Por outro lado, vivencia-se panorama não muito animador na área. A procura por cursos de Direito, limitada tão-somente à ascensão social e à arregimentação financeira onde não existe o mínimo de preocupação com a função social, somatizada pela infeliz imunidade às mudanças e exigências coletivas – verificada nos dias de hoje – implica a perda do resgate da essência pública inserta à profissão, sem sombra de dúvidas.

Embora todos os percalços, entraves e mesmo dissabores que, insistentemente, acabar por existir na militância diária e na árdua tarefa da instrumentalização da Justiça, esse dia é, sim, momento de graça e da certeza da confirmação da essencialidade da função advocatícia no assentamento e pacificação dos conflitos existentes na sociedade. Não há sentido e concretização efetiva de justiça sem a presença ativa dos advogados, muitas vezes relegados à eminência do esquecimento e à falta do merecido valor no cenário político, social, cultural e histórico.

A pouco escrupulosa indústria de cursos superiores de Direito e a emergente banalização da atividade profissional advocatícia, tão externada e discutida atualmente, não têm, em seu bojo, o robustez de retirar, nem mesmo minimamente, a relevância e honrosa imagem dos advogados. É certo, sob esta ótica, que a intenção de socializar o ensino não se torna sinônimo de pleno acesso ao trabalho, até porque, no específico caso dos advogados, é obrigatório o exame da OAB (e sua aprovação) para o exercício da profissão.

Mais do que isso, amigo leitor: a necessidade de uma formação ética dos advogados se consubstancia com a mesma moeda e igual importância da linha acadêmico-profissional. O advogado deve guardar, incondicionalmente, ética e disciplina nas searas do desempenho de sua função, tornando-o merecedor de respeito e do prestígio dentro de sua classe, com indispensável independência funcional em qualquer circunstância. É isto, aliás, que dispõe o Estatuto da Ordem dos Advogados do Brasil (art. 31).

Afora o objetivo particular na obtenção de proveitos financeiros pela atividade e de um suposto conceito social superior, a satisfação individual pelo bom trabalho e seus resultados, ao lado do respeito às leis, à Constituição e à própria consciência do profissional, prefere e faz com que a advocacia não perca a sua magia e o natural encantamento, forçando seus militantes a manter, a partir destes ditames, efetiva posição crítica e aproximação dos problemas da sociedade. Inquestionavelmente, os advogados devem isso.

Fonte:primeiraedicao


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