Disque-Denúncia recebe mais de 70 ligações sobre morte de juíza no RJ

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O Disque-Denúncia recebeu até a manhã desta segunda-feira (15) 71 ligações sobre o assassinato da juíza Patrícia Acioli. A vítima foi atingida por 21 tiros quando chegava em casa, na última sexta (12), em Niterói, na Região Metropolitana, e não resistiu.

Desde o dia do crime, pelo menos vinte pessoas prestaram depoimento. De acordo com policiais da Divisão de Homicídios, que investigam o caso, ainda não há informações sobre novos depoimentos nesta segunda. Cerca de vinte policiais investigam o caso.

Segundo Zeca Borges, coordenador do Disque-Denúncias, todas as informações recebidas no Disque-Denúncia são imediatamente repassadas para a polícia.

“Entre as ligações estão denúncias, informações anteriores ao crime e também muitas mensagens de indignação da população”, disse.

O serviço funciona 24 horas por dia e o anonimato é garantido. As denúncias podem ser feitas pelo telefone (21) 2253-1177.

Comissão assume 4ª Vara Criminal de São Gonçalo
O Tribunal de Justiça do Rio confirmou, nesta segunda-feira (15), que foi publicado no Diário Oficial que uma comissão formada por três juízes será a responsável por substituir a juíza na 4ª Vara Criminal de São Gonçalo.

A informação já havia sido passada pelo presidente do TJ, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, durante coletiva à imprensa na sexta-feira (12). O Tribunal, no entanto, não soube informar se o grupo assume a função ainda nesta segunda.

‘Ela nunca se acovardou’, diz irmã
No domingo (14), Simone Acioli falou sobre o comportamento da irmã. “Apesar de todos os riscos, ela nunca se acovardou e sempre enfrentou todos esses bandidos com medo, mas com muita coragem”, disse.

E acrescentou: “Minha preocupação é que não pare só nos executores. É fundamental chegar naqueles que comandaram, nos mandantes do crime, para que eles sejam punidos e para que a morte dela não vire mais uma estatística”, disse a irmã da vítima.

Durante o fim de semana foram presos oito policiais militares do Batalhão de São Gonçalo acusados de assassinar um jovem em uma comunidade da cidade. A prisão preventiva do grupo havia sido decretada por Patrícia horas antes de ela ser executada.

Momento de silêncio
Na manhã de sábado (13), a chefe de Polícia Civil do Rio, delegada Martha Rocha, esteve por cerca de três horas na DH reunida com investigadores para acompanhar as novidades sobre o caso. No entanto, ao deixar o local, a delegada disse que este é um momento de silêncio e objetividade nas investigações.

“A nossa presença hoje (no sábado) foi para continuar conversando com o Dr. Felipe (Ettore), que investiga o caso, e só dizer que esse é o momento de trabalhar, de silêncio para analisar todas as informações e trata-las com coerência, com cuidado. Por isso o silêncio é importante”, afirmou.

Marcada para morrer
O nome de Patrícia estava em uma lista de doze pessoas marcadas pra morrer, segundo investigadores.

O documento foi encontrado com Wanderson da Silva Tavares, o Gordinho, acusado de ser chefe de uma milícia em São Gonçalo, preso em janeiro deste ano em Guarapari, no Espírito Santo.

De acordo com fontes da polícia, nos últimos dez anos a juíza foi responsável pela prisão de cerca de 60 policiais ligados a milícias e a grupos de extermínio.

Em setembro do ano passado, seis suspeitos, ente eles quatro policiais militares, foram presos.

Segundo as investigações, todos faziam parte de um grupo envolvido no assassinato de 11 pessoas em São Gonçalo. A juíza Patricia Acioli foi quem expediu os mandados de prisão.

Patrícia tem um histórico de condenações contra criminosos que atuam na cidade, como quadrilhas que agem na adulteração de combustíveis e no transporte alternativo, entre outros crimes.

Escolta
Segundo o presidente do Tribunal de Justiça do Rio, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, Patrícia nunca pediu escolta, mas, por iniciativa do Tribunal, teve proteção intensa de 2002 a 2007, com três policiais fazendo a sua segurança 24 horas por dia.

Em 2007, o Departamento de Segurança Institucional do TJ avaliou o caso e verificou que não havia mais necessidade de segurança intensa. O TJ colocou, então, à disposição da juíza um policial para fazer sua segurança.

Mas, segundo ele, a juíza dispensou a proteção. O presidente disse ainda que é muito comum os juízes pediram para serem liberados da segurança porque ela interfere na liberdade dos magistrados.

fonte: G1


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