Em meio aos avanços dos rebeldes em Trípoli, na capital líbia, nas últimas 24h horas, Moussa Ibrahum, porta-voz do regime de Muammar Gaddafi, negou que os manifestantes tenham ganhado posições na capital e critiou a atuação da Otan na crise líbia e revelou que mais de três mil pessoas morreram nos confrontos realizados nas últimas 24 horas no país. Apenas em Trípoli, 376 pessoas já morreram desde sábado.

“Temos todas as cidades ao nosso lado”, disse Ibrahim, afirmando que a atuação da Otan ao lado dos rebeldes é ilegal. “Eles [Otan] não deveriam oferecer ajuda armada aos rebeldes”, completou.

Ibrahim disse ainda que, segundo o ministério da Saúde, mais de três mil pessoas morreram nas últimas 24 horas, sendo 1.300 só nas últimas 11 horas, e outras 5.000 ficaram feridas, “a maioria devido aos ataques da Otan, outras devido aos confrontos entre nossas forças e os rebeldes”.

“Os hospitais não conseguem trabalhar com tantos de feridos. Estamos dizendo em alto e bom som para o mundo que essa é uma cidade pacífica e agora está virando um campo de guerra devido às ações da Otan”, declarou o porta-voz.

A Otan mata tudo o que se move, abrindo caminho para os rebeldes. Essas gangues armadas não têm projeto político, nenhum sonho para a Líbia. Eles são guiados pela vingança, pelo ódio”, completou Ibrahim.

Ao final da entrevista, o porta-voz negou o avanço dos rebeldes e destacou o papel de Gaddafi. “Nós temos um líder. Ele é Muammar Gaddafi. Nós precisamos dele para nos guiar nessa situação e a nos guiar para a paz”.

Pouco antes da declaração na TV estatal líbia, Ibrahim concedeu uma rápida entrevista à CNN na qual negou a queda do regime e disse que as ofensivas em Trípoli “são uma guerra contra a Líbia”.

Os rebeldes afirmam controlar vários bairros da capital e esperam tomar capital “nas próximas horas”. Segundo a rede de TV Al Jazeera, as forças armadas rebeldes teriam chegado à praça Verde, no centro de Trípoli, um dos símbolos do regime líbio.

Fonte:uol