Manchester United elimina Manchester City da copa FA Cup
Um clássico fadado a grandes jogos. Assim têm sido os encontros entre Manchester United e Manchester City nos últimos anos.
Neste domingo, não foi diferente. E dessa vez, a tradição venceu o momento. Mesmo em má fase, vindo de duas derrotas seguidas, o Manchester United superou o City, líder do Campeonato Inglês, no esperado clássico pela terceira rodada da Copa da Inglaterra, no City of Manchester Stadium.
Com um primeiro tempo avassalador, a equipe de Sir Alex Ferguson chegou a abrir 3 a 0 sobre o rival, que ficou com um homem a menos logo aos 11 minutos de jogo.
Na etapa final, o City reagiu, cortou a diferença para 3 a 2, mas não evitou a classificação do adversário e, consequentemente, sua eliminação.
O grande nome do jogo foi Wayne Rooney, que parece ter uma estrela toda especial contra o Manchester City. Poucas horas depois de a informação de que os citizens estariam interessados em “roubar” o atacante do rival, ele mostrou o porquê dessa vontade de Roberto Mancini. Mais uma vez, deu muito trabalho.
Fez dois gols e foi o líder do United em campo, adicionando mais esta partida à galeria de clássicos que decidiu, como na Premier League do ano passado, com um golaço de bicicleta (concorrente ao prêmio Puskas da Fifa), e a semifinal da Carling Cup de 2010, com uma cabeçada certeira nos acréscimos.
Outro personagem da partida foi Paul Scholes. Aposentado há seis meses, ele decidiu pegar as chuteiras de volta do varal e convenceu o técnico Alex Ferguson de que ainda poderia ser útil ao Manchester United. De fato, foi.
Não só ficou no banco de reservas, como foi ovacionado pela torcida e entrou no meio do segundo tempo. Acabou falhando no segundo gol do City, é verdade, mas nos últimos minutos foi decisivo com sua experiência e seus passes de qualidade para segurar a posse de bola até o apito final.
Gol relâmpago e expulsão ajudam United
Devolver na mesma moeda os 6 a 1 de outubro era algo realmente muito difícil, mas talvez nem o mais otimista dos torcedores do United poderia prever um primeiro tempo tão perfeito no Etihad Stadium.
Primeiro, pelo momento das equipes: os Reds vinham de duas derrotas, enquanto os Citzens lideram em águas calmas a Premier League.
Segundo, pelo começo avassalador do time azul, sem deixar o rival sequer respirar. Mas bastou um minuto, um jogador, para os primeiros 45 minutos serem pintados de vermelho no derby de Manchester.
A postura agressiva e confiante do City nos minutos iniciais calaram até mesmo a empolgada torcida do United, que entrou no estádio aos gritos de “Campeones, Campeones”.
Assim mesmo, em bom espanhol, relembrando que são os detentores do título inglês. Mas a competição era outra, e na Copa o caneco está nas mãos dos Citzens. Está, mas não estará mais em maio. E o responsável por isso se chama Wayne Rooney.
Foi ele quem acordou um United acuado, apático e até certo tempo medroso aos nove minutos. Ao receber a bola na intermediária, conduziu com imponência e ao mesmo tempo em que tocou para Valencia, na direita, correu para área como quem dissesse: “Joga em mim que eu decido”.
O equatoriano ouviu, e Rooney realmente decidiu. O cruzamento saiu perfeito para que ele subisse mais que a defesa e cabeceasse no ângulo direito de Pantilimon.
Inapelável. A bola ainda tocou no travessão antes de balançar a redes e o atacante sair em direção aos rivais mostrando o escudo dos Reds: 1 a 0 United. E a sorte mudou.
Mudou tanto que já no lance seguinte Vincent Kompany desarmou Nani e foi expulso. Sim, o desarme foi feito na bola, mas a força excessiva do carrinho foi suficiente para que Chris Foy sacasse o vermelho United do bolso e deixasse os donos da casa com 10. Revolta na parte azul da arquibancada.
Festa nos dois andares atrás do gol defendido por Lindegaard.
Três vira, seis acaba?
O nervosismo e o medo passaram a vestir azul. Aguero e Silva surgiam como as únicas mentes lúcidas em um time que seguia com maior posse de bola, mas pouco assustava. Enquanto isso, a sorte seguia do outro lado. Ataques do United eram raros.
Entretanto, certeiros. Como aos 30, quando Nani aplicou lindo drible em Milner e rolou para Evra. O francês cruzou, a bola bateu em Welbeck, em Nasri e subiu. E se os defensores do City nada fizeram, o próprio Welbeck tratou de emendar um lindo voleio e colocar 2 a 0 no placar.
Incrédulos, os torcedores do City, o time da moda, o líder da Premier League, não tinham forças nem para cantar e viam os rivais fazerem de sua casa um verdadeiro parque de diversões.
Em êxtase, pulavam de costas para o campo, virados para a parte azul e sonhavam até mesmo com uma revanche: “Nós queremos seis”, gritavam. Em campo, tudo continuava dando certo. Lembram da sorte, ela também acompanhou Rooney aos 39.
Após tabela com Giggs, Welbeck invadiu a área e foi derrubado por Kolarov. Pênalti. Mais novo sonho de consumo dos sheiks do City, Rooney foi para a cobrança. Pantilimon até defendeu o chute, mas não foi páreo para a sorte vermelha e viu a boa encontrar a cabeça do atacante, que marcou seu quinto gol no derby nos últimos dois anos no rebote.
A essa altura, a pergunta era inevitável: três vira, seis termina?
Scholes reestreia, CIty reage, mas United mantém a frente
A resposta para pergunta foi dada por Kolarov aos dois minutos. Após Richards ser derrubado por Evra na entrada da área, o sérvio cobrou falta com perfeição, recolocou o City na partida e incendiou a torcida.
Se em campo eram 10 contra 11, na arquibancada os citzens tentavam de todo jeito igualar as coisas. Cachecóis estendidos, gritos de incentivo e um time ensandecido em campo. Nem a sorte era capaz de reanimar o United.
Acuado, Ferguson tirou Nani e colocou Scholes em campo. De volta após seis meses de aposentadoria, o volante sentiu a falta de ritmo e deixou o time ainda mais lento e sem poder de reação.
Aos 18, mais um golpe azul em jogada argentina. Pela direita, Zabaleta cruzou rasteiro para Aguero emendar de primeira. Lindegaard fez a defesa parcial, mas no rebote o genro de Maradona só escorou: 3 x 2.
Ciente do perigo que corria, Alex Ferguson colocou Anderson em campo na vaga de Welbeck. A alteração tornou o United ainda mais defensivo. Na base do abafa e com todo o estádio apoiando de pé, o City se mandou para o ataque de forma agressiva.
Eram chutes de longa distância, cruzamento para área, jogadas individuais. Uma verdadeira avalanche. Aos 40, um cruzamento de Milner pela esquerda encontrou o braço de Phil Jones dentro da área. Lance duvidoso e ignorado pela arbitragem.
Chuveirinhos ainda foram responsáveis pelos suspiros finais do City. Entretanto, a sorte era mesmo vermelha.
Todo bate-rebate parava nos pés dos defensores do United até o apito final de Chris Foy. O 3 x 2 não foi humilhante como o 6 x 1 de outubro, mas foi mais devastador.
O United segue em frente na Copa da Inglaterra, o City fica pelo caminho, e na Premier League tem mais: dia 28 de abril, novamente no Etihad Stadium, pela 36ª rodada. A rivalidade no clássico de Manchester segue mais viva do que nunca.
fonte: Cahê Mota
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