A polícia de Los Angeles confirmou nesse domingo (19) que encontrou perto de Long Beach o corpo do diretor Tony Scott após um aparente suicídio da ponte Vincent Thomas, em San Pedro, Califórnia.

As autoridades estão tratando o caso como suicídio, segundo The Hollywood Reporter, pois foi encontrada uma nota com informações de contato no carro do diretor, um Toyota Prius preto, estacionado na ponte, e um bilhete de suicídio em seu escritório, segundo o Times – embora o conteúdo não tenha sido divulgado.

Scott tinha 68 anos. Sua morte foi confirmada pelo assessor do diretor, Simon Halls, que não acrescentou mais detalhes e pediu privacidade para a família nesse momento. De acordo com os policiais, o diretor teria escalado uma cerca no lado sul da ponte e saltado, sem hesitar, por volta das 12h30 do domingo – várias pessoas ligaram para o 911 da polícia informando que alguém havia saltado da ponte.

A confirmação da identidade se deu quatro horas depois. A busca pelo corpo do diretor envolveu a Polícia Portuária, a Polícia de Los Angeles, a Polícia Rodoviária, a Guarda Costeira e os Bombeiros, pois as águas perto do porto são muito turvas e exigiu o uso até mesmo de um sonar.

Durante o resgate, a polícia fechou uma das faixas da ponte e os bombeiros desviaram o movimento dos barcos em direção ao porto para o lado leste.

Scott era irmão de Ridley Scott e dirigiu Top Gun – Ases Indomáveis, seu maior sucesso, em 1986, além de Um Tira da Pesada II (1987), Dias de Trovão (1990), Inimigo do Estado (1998), Jogo de Espiões (2001), O Sequestro do Metrô 123 (2009) e o último trabalho, Incontrolável (2010), com Denzel Washington e Chris Pine.

Tinha anunciado, depois de anos, uma continuação de Top Gun e foi produtor com o irmão do ficção-científica Prometheus (ele era sócio da Scott Free Productions). Era casado com a atriz Donna W. Scott e tinha dois filhos.

Morte e repercussão pelo Twitter
Logo depois do anúncio de sua morte, amigos e a comunidade de Hollywood começaram a se pronunciar pelas redes sociais, como o diretor Ron Howard, “Não haverá mais filmes de Tony Scott. Dia trágico”, o ator Peter Fonda, “Uau! Que tristeza. Tony Scott, um diretor brilhante, morreu, e o ator Stephen Fry, “Muito triste em saber da morte do diretor Tony Scott”.

O diretor Michal Moore também se pronunciou: “Amor à Queima-Roupa. Uma cena de Christopher Walken e Dennis Hopper em Detroit é um clássico. RIP Tony Scott”.

“Tony Scott. Que droga. Muito bom ter conhecido você, amigão. Obrigado pela inspiração, conselhos, encorajamento, e as décadas de ótimo entretenimento”, comentou Robert Rodriguez.

Literalmente não consigo aceitar Tony Scott morto. Ele era um contador de histórias brilhante e um homem inacreditável. Amor e orações”, desabafou Seth Rogen.

Como desviar um porta-aviões…
Scott nasceu na Inglaterra e começou sua carreira como um irmão mais “publicitário” da família Scott, preferindo temas mais pop e filmagem voltada para o entretenimento leve – Top Gun e Dias de Trovão, ambos com Tom Cruise, eram mostra disso.

Os produtores Don Simpson e Jerry Bruckheimer o contrataram para o filme justamente por um comercial de TV de Tony para a Saab em que um carro de corrida competia contra um caça.

O diretor sempre procurava caprichar na fotografia com pedidos considerados “loucos”, como sugerir que um porta-aviões em que estava filmando fosse desviado um pouco para o lado para que o sol se contrapusesse aos caças – no que tomou uma bronca do capitão com o adendo de que isso não era simples, que havia um custo.

Diz a lenda hollywoodiana que Scott fez um cheque de US$ 25 mil para o comandante e obteve a cena.

Top Gun rendeu só nos EUA US$ 176 milhões e foi a entrada de Cruise na estratosfera das estrelas de cinema.

Na TV
O diretor também atuava muito como produtor, tanto no cinema quanto na TV – ele tinha estreia de uma nova série, Coma, para 3 de setembro na TV americana, além de ter produzido, junto com o irmão, Numbers, de 2005 a 2010.

fonte: GQ Online