Banco Central indica interrupção nos cortes de juros ou menores reduções nas taxas
O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central, colegiado responsável por fixar os juros básicos da economia brasileira, informou, por meio da ata de sua última reunião, quando os juros foram reduzidos pelo nono encontro consecutivo, para 7,5% ao ano, que um “ajuste adicional” nas “condições monetárias” (cortes de juros), se vier a acontecer, será conduzido com “máxima parcimônia”.
A frase, que já havia sido divulgada após o encontro do Copom, na semana passada, foi mantida na ata da reunião. Até esta última reunião, o BC vinha informando que os cortes de juros seriam feitos com “parcimônia” e vinha implementando reduções de 0,5 ponto percentual.
Ao acrescentar a palavra “máxima” na frente de “parcimônia”, indica que a redução, se vier a acontecer, será menor do que 0,5 ponto percentual. Ou seja, seria de 0,25 ponto percentual. O BC vem reduzindo os juros desde agosto do ano passado.
Metas de inflação e resultados do IPCA
Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA).
Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.
Informações divulgadas na quarta-feira pelo Instituto Nacional de Geografia e Estatística (IBGE) revelam que o IPCA de agosto somou 0,41%, o maior valor para o mês em cinco anos.
No acumulado no ano, o índice ficou em 3,18% – abaixo da taxa de 4,42% verificada em igual período do ano passado.
Já em 12 meses o IPCA acumula alta de 5,24% – superior à variação de 5,20% registrada nos 12 meses anteriores. Em agosto de 2011, o índice ficara em 0,37%.
Previsão de inflação em alta
O próprio Banco Central admite, na ata do Copom divulgada nesta quinta, que sua projeção de inflação para 2012 subiu tanto no cenário de referência (juros estáveis em 8% ao ano e câmbio em R$ 2) quanto no cenário de mercado.
Em ambos os casos, a estimativa já estava acima do valor central de 4,5% da meta de inflação e avançou ainda mais.
“Para 2013, entretanto, a projeção de inflação se manteve estável em ambos os cenários, nos dois casos, acima do valor central da meta”, acrescentou.
“O cenário prospectivo para a inflação, desde a última reunião do Comitê, embora para o curto prazo tenha sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, manteve sinais favoráveis em prazos mais longos. Dessa forma, o Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas”, informou a autoridade monetária.
Crescimento da economia
O Copom avaliou também que a recuperação da atividade econômica doméstica tem acontecido de forma gradual. Entretanto, destaca que o cenário central contempla ritmo de atividade mais intenso neste semestre e no próximo ano.
“O Comitê identifica recuo na probabilidade de ocorrência de eventos extremos nos mercados financeiros internacionais, mas, ao mesmo tempo, pondera que o ambiente externo permanece complexo, dada a ausência de solução definitiva para a crise financeira europeia e os riscos associados ao processo de desalavancagem – de bancos, de famílias e de governos – ora em curso nos principais blocos econômicos”, informou.
O Copom analisou ainda que a demanda doméstica tende a se apresentar “robusta”, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito.
“Esse ambiente tende a prevalecer neste e nos próximos semestres, quando a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas, que, de resto, são defasados e cumulativos. Para o Comitê, esses efeitos, os programas de concessão de serviços públicos e a gradual recuperação da confiança criam boas perspectivas para o investimento neste e nos próximos semestres”, acrescentou.
fonte: Alexandro Martello
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