Deputado pede proibição do filme ‘Ted’
O deputado Protógenes Queiroz (PC do B-SP) está indignado com “Ted”, o filme americano sobre a amizade entre um homem e seu ursinho de pelúcia.
Protógenes assistiu ao longa-metragem junto com o filho de 11 anos, sem saber que o principal passatempo dos protagonistas é consumir drogas.
Ele chegou a sugerir que o filme fosse proibido no país, mas agora defende que a classificação indicativa seja modificada para 18 anos (atualmente é 16).
Para o deputado, as pessoas compram os ingressos com base na imagem do ursinho e a sinopse não revela o conteúdo.
— As crianças que veem as ilustrações todas querem assistir ao filme, porque tem um urso falante. Qual adulto quer ver um filme sobre um urso falante? O urso de pelúcia é um ícone de qualquer criança, menino ou menina. Mas (no filme) aquele ícone querido não estuda, não trabalha, consome drogas, só pensa besteira o tempo todo — critica — Aí entra na polêmica que estou querendo proibir. Sou a favor da liberdade de expressão, mas desde que sejam obedecidos determinados critérios da capacidade de entendimento do indivíduo. Como um pré-adolescente consegue entender que aquilo vai ser um risco?
No Twitter, desde ontem o nome do deputado e do filme se alternam entre os temas mais comentados no Brasil e Protógenes tenta lançar a campanha “#foraFilmeTED“.
Ele critica a produção por apresentar de forma positiva personagens indolentes, que consomem drogas o tempo todo e não trabalham, nem estudam. Para ele, a “sociedade americana está acostumada com aquilo, mas a nossa sociedade não”.
— Nós ainda somos uma população um pouco superior a esses princípios. Somos tão superiores que temos Fenrando Meirelles produzindo para eles. Somos tão superioes que levaram também o José Padilha, que está lá fazendo a reedição do “Robocop”.
“Cidade de Deus” mostra uma dura realidade do flagelo social das favelas brasileiras e da população pobre. Mas não diz que viver em favela é bom, que quem consumir droga vai viver bem, se roubar ou matar não acontece nada.
O deputado admite que o consumo exagerado de drogas e o comportamento antissocial do ursinho Ted acabam por causar o rompimento do namoro do personagem principal, ou seja, existem consequências negativas. Mas ele reitera que “no final todos ficam felizes para sempre, ninguém vai preso, ninguém é hospitalizado”.
— Em outros filmes há também esse consumo de drogas, mas em alguma parte existe a contextualização de forma crítica e educativa: se consumir droga você fica doente, vai morrer, vai preso, perde capacidade de entendimento — avalia — Até bater com o carro eles batem e não são reprimidos (pela polícia).
Protógenes afirma que está preparando um pronunciamento na Câmara para a próxima quarta-feira e estuda a forma de pedir que a classificação indicativa mude para 18 anos.
— Quero alertar a população brasileira que nós não aceitamos esse tipo de enlatado americano. Todos no cinema estão consumindo pipoca e guaraná, enquanto na tela os personagens consomem droga. Essa mensagem é danosa para a sociedade. Produzir esse tipo de filme para ter uma veiculação abaixo da maioridade põe em risco todos os princípios de educação e cultura do país. No Brasil estamos longe de admitir isso.
Lançado em julho nos EUA (e semana passada no Brasil), “Ted” já arrecadou mais de US$ 217 milhões em todo o mundo — aqui o filme estreou em 2º lugar na bilheteria e arrecadou R$ 2,4 milhões.
O longa-metragem foi escrito e dirigido por Seth MacFarlane, criador do ácido desenho animado “Family Guy”. No elenco, estão Mark Wahlberg e Mila Kunis.
Quando ultrapassou a marca dos US$ 100 milhões de bilheteria, ainda em julho, o ursinho Ted fez uma de suas piadas politicamente incorretas no Twitter: “Meu filme acaba de fazer 100 milhões. Talvez agora eu possa pagar um restaurante onde na mesa ao lado não haja uma família gritando em português”.
fonte: O Globo
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