Dinheiro é problema na reta final da preparação para os Jogos do Rio
Faltando exatos seis meses para a cerimônia de abertura dos Jogos, a maior parte dos locais de competição está pronta (ou quase) e as obras de mobilidade urbana fazem das vias do Rio um enorme canteiro de obras. Mas problemas de ordem financeira, cobranças em torno da Baía de Guanabara e rompimento de contratos de obras em reta final de execução prometem ainda dar dor de cabeça aos organizadores.
A conta oficial da Olimpíada chegou a R$ 39,07 bilhões na semana passada. O valor é dividido em três partes: Comitê Rio-2016 (R$ 7,4 bilhões), instalações olímpicas (R$ 7,07 bilhões) e obras públicas de legado (R$ 24,6 bilhões). O Comitê Rio-2016, cujo orçamento é estritamente privado, tem passado por sucessivas revisões de custos para se adequar à projeção financeira. Os ajustes atingem todas as áreas, da comida que será servida à “família olímpica” aos carros que a transportarão. O plano inicial era que cinco mil veículos seriam usados. Agora, serão quatro mil. E o programa de voluntários teve redução de quase 30% – a intenção era selecionar 70 mil, mas agora serão 50 mil.
Os seis meses que faltam para o evento prometem ser de cobranças. Apesar de 13 instalações olímpicas estarem finalizadas, cinco praticamente prontas e nove passando por adequações, em algumas delas foi aceso o sinal amarelo, como o Velódromo e a Arena da Juventude. Problemas em Deodoro – onde haverá várias competições – são admitidos pelo o prefeito Eduardo Paes (PMDB), de notório discurso otimista quando o assunto são os Jogos.
Em meio a obras finalizadas ou ainda inacabadas, o Rio-2016 já realizou 22 eventos-teste. E mais 23 estão previstos até maio. Um dos principais pontos analisados é a área de competição, e em pelo menos um deles houve descontentamento geral entre os competidores: em outubro, atletas de diversos países vieram para o evento-teste de BMX e se recusaram a competir porque consideraram a pista muito perigosa. O traçado foi refeito do dia para a noite, mas o teste acabou incompleto.
BAÍA A competição de vela é uma das que mais preocupam, por causa da má qualidade das águas da Baía de Guanabara – embora o governo do Estado do o e o comitê Rio-2016 assegurem que as condições serão boas na Olimpíada. “Até os Jogos serão inaugurados o sistema que garantirá o fim dos lançamentos clandestinos de esgotos naquela área, e a Unidade de Tratamento de Rio, que passará a tratar as águas poluídas do Rio Irajá que deságuam na baía”, informou o governo em nota. O comunicado informa ainda que a maior preocupação para os Jogos é o lixo flutuante. “Para garantir um espelho d’água sem lixo, estão sendo construídas 17 novas ecobarreiras”, diz o governo. Dez ecobarcos também estão em funcionamento.
A qualidade da água também divide as preocupações da comunidade internacional com a proliferação do zika vírus. Na última terça-feira, numa das mais concorridas coletivas já realizadas pelo Rio-2016, 38 jornalistas estrangeiros estiveram presentes. Quatro fizeram perguntas: três sobre o zika e uma sobre a poluição da Baía de Guanabara.
Fonte: msn/esportes/Olímpiadas
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