Arquivos de Bin Laden: testamento milionário e outras revelações de documentos
Um total de 115 documentos já foi liberado por autoridades americanas, incluindo o testamento do ex-líder da Al-Qaeda
Autoridades dos Estados Unidos divulgaram um segundo lote de documentos encontrados durante a operação que, cinco anos atrás, resultou na morte do líder extremista muçulmano Osama Bin Laden, no Paquistão. Um total de 115 documentos já foi liberado, incluindo o testamento do ex-líder da Al-Qaeda.
Alguns dos documentos mostram que Bin Laden estava preocupado com a possibilidade de ser rastreado eletronicamente. Veja algumas revelações desses documentos:
1. ‘Obedeçam minha vontade’
Bin Laden deixou uma fortuna de US$ 29 milhões, e seu testamento pedia aos parentes que respeitassem seu desejo de que o dinheiro fosse usado para financiar operações extremistas. Ele deu a entender no testamento que o dinheiro estaria no Sudão, mas não ficou claro se em espécie ou em ativos, como imóveis.
O extremista saudita viveu no Sudão por cinco anos na década de 90, abrigado pelo governo do país africano. No testamento, Bin Laden deixou instruções para que somas em dinheiro fossem deixadas para dois homens e vários parentes. Mas não se sabe se o dinheiro chegou aos herdeiros.
2. Rastreamento ‘dental’
O medo de ser “grampeado” e rastreado é mencionado de forma recorrente nos documentos produzidos por Bin Laden. Em uma carta para uma de suas esposas, que vivia no Irã, Bin Laden – na época o homem mais procurado do mundo – dizia temer que um rastreador pudesse ter sido implantado no dente dela durante uma ida ao dentista. Ele dava instruções para que ela tentasse detectar o dispositivo.
Em outra carta, Bin Laden abordou o tema de transferências seguras de dinheiro: sem poder usar métodos tradicionais, o extremista instruiu seguidores a se livrar de malas e afins para evitar rastreamentos e que o dinheiro só deveria ser transportado em dias nublados, como forma de evitar a vigilância de drones.
3. Briga com antecessores do Estado Islâmico
Diversos documentos mostram um longo desentendimento com a “filial” iraquiana da Al-Qaeda, que posteriormente se transformaria no grupo autodenominado Estado Islâmico. Bin Laden se opunha ao uso de decapitações e outros tipos de brutalidade que o grupo vinha levando a cabo.
“Não devemos deixar que a guerra nos sobrecarregue com sua atmosfera, condições, ódios e vinganças”, disse o extremista, que também se opunha à intenção de declarar um califado, por acreditar que a ideia não tinha apoio popular suficiente.
]4. Batalha pelo comando da Al-Qaeda
Os documentos mostram que Bin Laden, vivendo escondido desde os ataques dos EUA ao Afeganistão, no final de 2001, travava uma batalha pelo controle da Al-Qaeda. Uma troca de correspondências revela tentativa de fazer com que a organização tivesse uma estrutura unificada de administração.
Os documentos também incluem pedidos do extremista a militantes baseados no Iêmen para que atacassem aviões de companhias aéreas americanas.
5. Celebração do 11 de Setembro
O ano de 2011 era aguardado ansiosamente por Bin Laden. A Al-Qaeda planejava uma ofensiva de relações públicas para celebrar o décimo aniversário do 11 de Setembro, embora não houvesse planos para um novo ataque.
Bin Laden também queria deixar a casa em que estava se escondendo, na cidade paquistanesa de Abbottabad. “Só posso permanecer com meus irmãos aqui até o décimo aniversário (dos ataques), no mais tardar até o final de 2011”.
Porém, ele foi morto antes disso – em maio de 2011.
6. ‘Universidade da Jihad’
Entre os documentos encontrados no “bunker” de Bin Laden estavam planos para um curso chamado “Estudo Islâmico para Soldados e Integrantes”. Além de um módulo de ensino de leitura e escrita e outro de educação religiosa, o curso incluía uma lista de leitura de jihadistas como o clérigo Abu Musab al-Zarqawi, o então líder da Al-Qaeda no Iraque.
Havia também um briefing sobre o conflito palestino-israelense.
7. Mulheres na linha de frente
Lideranças da Al-Qaeda divergiam quanto às regras sobre a companhia de esposas na linha de frente, um privilégio de militantes ocupando posições mais altas na hierarquia do grupo.
A troca de correspondência incluía uma recomendação para que mulheres na linha de frente fossem enviadas de volta para casa, com a exceção de “uma mulher mais velha em áreas seguras, para evitar distrair os combatentes”.
Fonte: Ig/último segundo/mundo
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