Ao menos 69 são mortos em explosões de bombas em mercado no Iraque

Características do ataque levam autoridades a suspeitar do Estado Islâmico; atentado ocorreu na capital do país, Bagdá

Uma série de ataques com bombas atingiu mercados abertos em bairros de maioria xiita de Bagdá e matou ao menos 69 pessoas, afirmaram autoridades, nesta terça-feira (17). O episódio é o mais recente entre as ações dos militantes longe das linhas de combate no norte e oeste do país, onde as forças do Iraque enfrentam o Estado Islâmico.

Nenhum grupo reivindicou a autoria da ação até horas após os ataques, que levam, no entanto, as marcas do Estado Islâmico, que cometeu recentemente violentos atentados na capital iraquiana e em outros locais. O grupo extremista controla áreas significativas no norte e oeste do Iraque, inclusive na segunda maior cidade do país, Mossul.

O atentado mais violento desta terça-feira ocorreu no bairro de Shaab, no nordeste de Bagdá, onde pelo menos 38 pessoas morreram e 70 se feriram. Uma bomba explodiu perto do mercado a céu aberto e, posteriormente, um homem-bomba detonou os explosivos que levava em meio às pessoas que tentavam ajudar as vítimas da primeira explosão, disse um policial.
Pouco depois, um carro-bomba atingiu um mercado de frutas e vegetais no bairro de Dora, também de maioria xiita, no sul da capital, matando oito pessoas e ferindo 22, segundo outro policial. Autoridades do setor de saúde confirmaram o número de vítimas, mas todas pediram anonimato.

Locais comerciais e públicos em áreas dominadas pelos xiitas estão entre os alvos mais frequentes dos militantes sunitas que buscam minar os esforços do governo iraquiano para manter a segurança dentro da capital. Mas o Estado Islâmico não ataca apenas em Bagdá.

Horas antes, trabalhadores do setor de petróleo retomaram o trabalho em uma usina de gás natural ao norte da capital dois dias após um ataque coordenado do Estado Islâmico deixar pelo menos 14 mortos, segundo uma autoridade do Ministério do Petróleo.

Ataques do Estado Islâmico mataram mais de 140 pessoas desde a semana passada no Iraque. Em 2014, o grupo declarou a fundação de um califado dentro de uma ampla área nos territórios sírio e iraquiano – no auge de seu poder, estima-se que o grupo tenha chegado a controlar quase um terço da área dos países.
Segundo o governo do Iraque, atualmente o EI controla somente 14% de seu território.

Fonte: Último Segundo/Mundo/Estadão