“Star Trek: Sem Fronteiras” aposta no humor e em grandes cenas de ação
Novo filme da franquia, que estreia nesta quinta-feira (1º), vale o ingresso. Obsessão pela guerra e vocação para a paz são temas de novo “Star Trek”
Quando Justin Lin foi anunciado como substituto de J.J Abrams na direção do terceiro filme da nova trilogia de Star Trek houve certo receio. Abrams continuaria vinculado ao filme na condição de produtor, mas à frente de “Star Wars: O Despertar da Força”, não conseguiria dirigir o novo filme da franquia criada por Gene Roddenberry.
Lin, cujos principais créditos no cinema estavam ligados à franquia “Velozes e Furiosos”, consegue o impensável com “Star Trek: Sem Fronteiras” (EUA 2016). Não só entrega uma aventura incrivelmente divertida e ajustada aos cânones da franquia, como qualifica o novo “Star Trek” ao posto de um dos melhores blockbusters dessa safra de 2016 do verão americano. Não é pouca coisa para quem foi recebido com tanta desconfiança e encarou pesos pesados como “Capitão América: Guerra Civil” e “Esquadrão Suicida”.
É bem verdade que os préstimos de Simon Pegg, que interpreta o divertido engenheiro da Enterprise, Scotty, como roteirista foram providenciais para o sucesso do filme. É a primeira vez que Pegg atua como roteirista na franquia e ele deixa aflorar todo o seu lado trekker. “Sem Fronteiras” potencializa tudo que dá certo na franquia. O jeitão de canastrão de Kirk (Chris Pine) com seu heroísmo desastrado, a interação cheia de provocações e ironias entre Spock (Zachary Quinto) e McCoy (Karl Urban) e a noção de família que liga todos os tripulantes da Enterprise. Não à toa, um dos grandes momentos do novo filme consiste em um ataque coordenado e surpreendente à espaçonave.
Lin permite que o filme respire como um bom filme de ficção científica. Há humor na medida certa, o clima de aventura predomina e a ação é muitíssimo bem construída.
Sofia Boutella, que interpreta Jaylla, tem tudo para se consolidar na série, já que o icônico Chekov não deve retornar para o quarto filme em virtude da morte de seu intérprete, o ator Anton Yelchin.
Em “Sem Fronteiras”, Kirk está cansando da vida de viagens em busca de novas civilizações. O sentimento de que não pertence a lugar nenhum o aflige. Isso, combinado ao fato de que com a proximidade de seu aniversário, irá superar a idade com que seu pai morreu, tiram-lhe a paz de espírito.
Uma mensagem de socorro faz com que a Enterprise seja despachada pela Federação (grande conglomerado de ordem político-social que reúne povos e civilizações intergalácticas em paz) para apurar o que houve. Kirk e seus comandados, no entanto, rumam para uma armadilha e vão precisar de toda a força de espírito dos tripulantes da Enterprise para não esmorecer.
Idris Elba não consegue superar o bom vilão interpretado por Benedict Cumberbatch em “Além da Escuridão: Star Trek” (2013). Mas ele o impregna de uma dor palpável pelo espectador.
Como se não bastasse ser um dos filmes mais redondos da temporada, “Star Trek: Sem Fronteiras” ainda arranja espaço e tempo narrativo para fazer um interessante comentário sobre a obsessão pela guerra, pela violência. Nesse sentido, e à luz de seu desfecho, estabelece um interessante paralelo com o vencedor do Oscar e pouco visto “Guerra ao Terror” (2009).
Fonte: Último Segundo/Ig Gente/Cultura
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