Após escândalo de vídeo sexista, Trump sofre pressão por renúncia de candidatura

Após escândalo de vídeo sexista, Trump sofre pressão por renúncia de candidatura

Após escândalo de vídeo sexista, Trump sofre pressão por renúncia de candidatura

Integrantes do partido começaram a retirada do apoio depois de vídeo que foi divulgado pelo jornal “The Washington Post”, na última sexta-feira (07)

A corrida eleitoral nos Estados Unidos está em fase final, mas o clima esquenta pela disputa entre os candidatos democrata e republicano. A menos de um mês das eleições, a campanha de Donald Trump entra em sua maior crise desde o início, com a pressão de dezenas de líderes do Partido Republicano pela retirada de sua candidatura.

Muitos líderes retiraram o apoio a Donald Trump, pedindo pela candidatura de seu vice-presidente, Mike Pence. Apesar da pressão por sua retirada, o candidato afirmou que não vai renunciar e que, assim, continuará pela disputa contra Hillary Clinton.
Os integrantes do partido começaram a retirada do apoio ao candidato republicano após de um vídeo que foi divulgado pelo jornal “The Washington Post”, na última sexta-feira (07). No vídeo, gravado em 2005, Trump faz referências às mulheres usando palavras vulgares e com conotação sexual machista.
Entre outras coisas, ele se gaba de conquistar e fazer sexo com qualquer mulher que deseja, já que é famoso. Além disso, faz referências com palavras de baixo calão – e nem a sua filha escapou. O jornal divulgou a conversa entre Trump e o apresentador de rádio e televisão Billy Bush. A conversa foi gravada dentro e fora de um ônibus que os levou para o local da filmagem de um episódio do “Days of Our Lives” (Dias de Nossas Vidas), uma das novelas mais antigas da televisão norte-americana.
Na ocasião, o candidato republicano fez os comentários sem saber que estava sendo gravado. “Você sabe, eu sou automaticamente atraído pela beleza, eu simplesmente começo a beijá-las. É como um ímã. É só um beijo. Eu nem espero”.
Trump ainda diz: “e quando você é uma celebridade, elas deixam você fazer isso. Você pode fazer qualquer coisa”. O trecho mais vulgar da gravação é o momento em que se refere ao órgão sexual feminino. “Você pega [as mulheres] pela (…) e pode fazer qualquer coisa”.
A polêmica explodiu poucos dias antes do debate entre os presidenciáveis, que será realizado neste domingo (09), sendo um dos momentos mais esperados nesta corrida eleitoral para a presidência dos Estados Unidos. O evento será realizado na cidade de Saint Paul, no Estado de Missouri, na Universidade de Washington. O apresentador da CNN, Anderson Cooper, será o moderador. A expectativa é de que o debate alcance recorde de audiência em transmissão ao vivo, um dos eventos políticos mais importantes do país.
Ex-candidato e vice
Entre os políticos que retiraram seu apoio a Donald Trump está o senador John McCain, do Estado do Arizona, que disputou as eleições presidenciais dos Estados Unidos em 2008 e, então, perdeu para o candidato do Partido Democrata (e atual presidente norte-americano), Barack Obama.
Considerado uma das expressões mais conservadoras do Partido Republicano, por suas posições a favor da guerra contra o terrorismo e contra o casamento de gays, John McCain condenou as palavras ofensivas às mulheres feitas por Trump.
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Em um comunicado divulgado neste sábado (08), o senador afirmou que o comentário do colega republicano é “humilhante” para as mulheres e que, por isso, não vai mais dar apoio à sua candidatura, nem que esse apoio seja “condicional”.
Ademais, o próprio governador do Estado de Indiana, Mike Pence, que é candidato a vice-presidente pelo Partido Republicano, surpreendeu a todos com um comportamento inesperado de condenação a seu próprio colega de chapa. Pence se recusou a representar Donald Trump em uma reunião do partido no Estado de Wisconsin.
Pence afirmou, em um comunicado, que se sente “ofendido pelas palavras e ações descritas” no vídeo. Ele desafiou Trump a convencer o eleitor de que pensa o contrário do que disse naquele ano, no debate que acontecerá hoje à noite com a candidata do partido democrata Hillary Clinton. “Eu não desculpo suas observações e não posso defendê-las”, disse Pence. E acrescentou: “Oramos por sua família e estamos ansiosos para a oportunidade que ele tem [hoje à noite] de mostrar o que está em seu coração quando for à frente da nação [nesse debate]”.
Críticas
Outros republicanos que se colocaram contra o candidato bilionário após o vazamento do vídeo, pedindo pela sua renúncia, estão Ben Sasse (senador por Nebraska), Mike Crapo (senador por Idaho), Jeff Flake (senador por Arizona), Mike Lee (senador por Utah) e o apresentador de TV e simpatizante do Partido Republicano Hugh Hewitt.
O senador Ben Sasse escreveu um comentário no Twitter que a renúncia de Trump seria um “um movimento honroso”. Hugh Hewitt, que tinha anunciado em junho que apoiaria o candidato, disse na rede social: “Para o benefício do país, do partido e de sua família, e para o seu próprio bem, Trump deve se retirar”.
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A empresária Carly Fiorina, filiada ao Partido Republicano, pediu que Trump saia da corrida presidencial e disse que ele “falhou” no exercício de sua competência como candidato do partido. “Donald Trump não me representa nem a meu partido”, disse no Facebook. “Eu entendo a responsabilidade dos republicanos em apoiar seu candidato. Nosso indicado tem pesadas responsabilidades também. Donald Trump manifestamente falhou em suas responsabilidades”, acrescentou.
Já a senadora republicana pelo Estado de West Virgínia, Shelley Moore Capito, também sugeriu que ele não represente o Partido Republicano, escrevendo sobre como política e mulher. “Como mulher, mãe e avó de três meninas, estou profundamente ofendida pelos comentários de Trump, e não há desculpas para suas palavras repugnantes e degradantes”, disse em um comunicado. “As mulheres têm trabalhado duro para ganhar a dignidade e o respeito que merecem. O próximo passo apropriado para ele é reexaminar a sua candidatura”, acrescentou.
A senadora republicana pelo Estado do Alaska, Lisa Murkowski, disse que Trump perdeu, ao longo da campanha, o direito a representar o Partido Republicano.
Outra mulher que também se manifestou foi a deputada republicana de Utah, Mia Love, que escreveu um post no Facebook lembrando que não apoiaria Hillary Clinton para presidente dos Estados Unidos, mas que também não apoia Trump. “Para o bem do partido e do país, ele deve se afastar”, disse.
Debate presidencial
O debate entre Donald Trump e Hillary neste domingo será o segundo enfrentamento direto entre os candidatos desde que foram nomeados por suas respectivas convenções partidárias. Metade das perguntas será feita diretamente por cidadãos americanos e a outra metade será apresentada pelo moderador Anderson Cooper, com base em temas de amplo interesse público surgidos na imprensa e nas redes sociais. Os candidatos terão dois minutos para responder e haverá um minuto adicional para que o moderador facilite uma discussão mais aprofundada.

Fonte: Último Segundo/Mundo/EBC Agência Brasill


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