Lava Jato devolve mais de R$ 204,2 milhões aos cofres da Petrobras

Lava Jato devolve mais de R$ 204,2 milhões aos cofres da Petrobras

Lava Jato devolve mais de R$ 204,2 milhões aos cofres da Petrobras

Maior devolução de recursos desviados no Petrolão foi anunciada nesta sexta-feira; montante foi recuperado por meio de 21 acordos de delação premiada e de leniência com empresas envolvidas no esquema, segundo MPF

O Ministério Público Federal anunciou nesta sexta-feira (18) que R$ 204,2 milhões foram devolvidos aos cofres da Petrobras. O montante foi recuperado por meio de 21 acordos – sendo 18 de delação premiada de pessoas físicas e outros três de acordos de leniência com empresas – celebrados a partir da Operação Lava Jato.
De acordo com o MPF, esta é a terceira e a maior devolução de recurso para a estatal dentro da Operação Lava Jato. A primeira devolução foi feita em maio de 2015, no valor de R$ 157 milhões que haviam sido desviados por intermédio de Pedro Barusco. Ao todo, segundo o MPF, foram devolvidos cerca de R$ 500 milhões.
A procuradora da República Paula Conti Thá explicou que a recuperação do valor é resultado do trabalho feito em conjunto entre Ministério Público Federal, Polícia Federal, Receita Federal e do Poder Judiciário. “Mais do que econômico, este crime é um prejuízo moral”, afirmou a procuradora.
Anticorrupção
Durante a coletiva, os representantes do MPF criticaram projetos de lei em tramitação no Congresso Nacional. Paula Conti Thá destacou, principalmente, a Lei de Abuso de Autoridade. Na visão da procuradora, a legislação atual já prevê sanções para esse tipo de crime.
As dez medidas anticorrupção, em tramitação no Congresso, também foi pauta da coletiva. De acordo com o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força tarefa da Lava Jato, a intenção é garantir a continuidade do trabalho. “Nós não vamos desistir, mas, mesmo assim, seremos derrotados se a sociedade não estiver ao nosso lado”, afirmou.
Ainda de acordo com ele, é necessário que seja mudada a cultura da corrupção no País. Dallagnol destacou que os recursos que foram usados para pagamento de propina poderiam ter sido investidos em benefícios para a população. “Estamos a ver navio, a ver saúde, a ver educação”, destacou, ressaltando que no Brasil a vítima que sempre “paga o pato”.
Operação Lava Jato
A Operação Lava Jato, deflagrada pela Polícia Federal em 17 de março de 2014, visa desmontar um esquema de lavagem de dinheiro e de evasão de divisas que movimentou centenas de milhões de reais.
As investigações indicam a existência de um grupo brasileiro especializado no mercado ilegal de câmbio. Em seu centro estão funcionários do primeiro escalão da Petrobras, a maior empresa estatal do Brasil.

A PF apontou o pagamento de propina envolvendo executivos de empresas, especialmente empreiteiras, que assinaram contratos com a companhia de petróleo e políticos. Entre os crimes cometidos, aponta a investigação da Operação Lava Jato, estão sonegação fiscal, movimentação ilegal de dinheiro, evasão de divisas, desvio de recursos públicos e corrupção de agentes públicos.
Fonte: Último Segundo/Política/Ig. São Paulo


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