Helicóptero da PM que caiu no Rio não tem indício de tiros, diz Cenipa
Aeronave da Polícia Militar sofreu acidente na Cidade de Deus enquanto auxiliava uma operação no solo; quatro agentes morreram na hora
Peritos do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) – órgão responsável pela investigação de acidentes aéreos no Brasil – não identificaram indícios de perfuração na fuselagem do helicóptero da Polícia Militar do Rio de Janeiro que caiu na Cidade de Deus em novembro.
Na ocasião, quatro policiais morreram após a queda do helicóptero. O fato foi seguido de uma intensificação de operações da PM na comunidade. Sete pessoas que moravam na região morreram na madrugada seguinte.
Apesar de não identificar os indícios de perfuração por projéteis, o Cenipa, que é vinculado à Força Aérea Brasileira, disse que ainda não produziu uma conclusão sobre o caso. O órgão informou também que aguarda um laudo do Instituto Médico Legal (IML) do Estado para certificar se os corpos têm ferimentos provocados por balas.
“A equipe leva em conta diversos fatores contribuintes, sejam materiais (sistemas da aeronave e projeto, por exemplo), humanos (aspectos médicos e psicológicos) ou operacionais”, diz a nota do órgão.
Dois dias depois da queda, o secretário de Segurança Pública do Rio de Janeiro, Roberto Sá, afirmou que uma perícia preliminar também não havia encontrado sinais de perfuração na aeronave. Na época, ele disse que, apesar disso, nenhuma hipótese estava descartada.
A Polícia Militar, por sua vez, informou que só irá se manifestar sobre o caso quando as investigações estiverem concluídas.
Investigações criminais
Os relatórios do Cenipa são produzidos sem qualquer relação com as investigações criminais e têm o objetivo de prevenir futuros acidentes. Os documentos não têm foco de “quantificar o grau de contribuição dos fatores contribuintes”, diz uma advertência que antecede os textos que já foram concluídos e estão publicados no site do órgão.
Por esse motivo, o órgão não recomenda que seus relatórios sejam usados como provas em processos judiciais, por contar com a colaboração voluntária dos envolvidos nos incidentes.
“A utilização deste relatório para fins punitivos, em relação aos seus colaboradores, além de macular o princípio da “não autoincriminação” deduzido do “direito ao silêncio”, albergado pela Constituição Federal, pode desencadear o esvaziamento das contribuições voluntárias”, finaliza.
O helicóptero que caiu pertencia ao Grupamento Aéreo Militar da PM e dava apoio às operações policiais em solo.
Fonte: Último Segundo/Brasil/ Com informações da Agência Brasil
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