Troféu Domingão repete tendências e confirma viés de autopromoção da Globo
Troféu Domingão está longe de ofertar a consistência democrática da premiação oferecida anualmente pelo SBT, o Troféu Imprensa
Como era de se esperar, o Troféu Domingão repetiu as tendências verificadas nos anos anteriores de celebrar os destaques da própria Globo, distanciando-se do que representa, por exemplo, o troféu Imprensa, oferecido pelo rival, o SBT, muito mais democrático e consciencioso
O Troféu Domingão dos melhores do ano parece reverberar apenas o microcosmo da emissora sediada no Jardim Botânico, bairro da zona Sul do Rio de Janeiro. Não à toa, é apresentado pelo Faustão, famoso por monopolizar as atenções e rivalizar com seus convidados pelo microfone. Como já é tradicional em seu programa dominical, Faustão cerceia aqueles que estão no palco para serem homenageados falando mais do que prevê o cerimonial.
O constrangimento atinge, também, os bastidores. Já que muitos dos concorrentes têm consciência de que estão ali apenas para figurar, já que não reúnem nenhuma chance efetiva de vitória.
É imperioso que a Globo se dê conta que esse tipo de comportamento autocongratulatório não se ajusta ao estado das coisas no momento. Com a voz da internet cada vez mais estridente e a população, bem informada, fica difícil convencer o público de que não há vida – e talento – fora dos domínios da Globo.
A própria alcunha de “Oscar da TV brasileira”, que Faustão levanta e alguns dos convidados, desajeitadamente, ecoam, revela essa pretensão inerente ao prêmio, concebido em essência para celebrar a produção da própria emissora ano após ano. Há de se indagar até quando a Globo será resistente a reconhecer valores externos a ela?
A 21ª edição do Troféu Domingão foi mais do mesmo. Até mesmo em categorias que não contemplam estrelas globais, como a de cantora. Mesmo ali, artistas com bom trânsito na Globo – ou que integram o elenco de realities da casa, como Ivete Sangalo – são destaques. A cantora baiana, por exemplo, nem sequer lançou disco de inéditas em 2016. É um caso que sugere que a premiação carece de revisão. Isso, claro, se o objetivo é premiar o que de melhor foi produzido no ano. Não apenas o que convém ser premiado pela Globo no ano.
Fonte: Último Segundo/Brasil/Ig. São Paulo
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