Família de brasileiro desaparecido nas Bahamas recebe valor pago por travessia

Família de brasileiro desaparecido nas Bahamas recebe valor pago por travessia

Família de brasileiro desaparecido nas Bahamas recebe valor pago por travessia

Segundo mãe de um dos desaparecidos, responsável por passagem para os EUA disse que “acredita que eles estão presos em outro país da região”

A família de um dos brasileiros desaparecidos nas Bahamas recebeu de volta o dinheiro pago aos coiotes responsáveis pela tentativa de travessia ilegal para os Estados Unidos. De acordo com Marta Gonçalves, mãe de Diego Gonçalves Araújo, que está no grupo, o coiote contratado pela família devolveu todo o dinheiro na semana passada, antes do assunto ser veiculado na mídia.
“Para nós ele prometeu uma coisa bem diferente, que a travessia era segura e tranquila. Mas, não foi isso o que aconteceu. Meu marido pressionou tanto que ele devolveu todo o dinheiro”, revela Marta. Desaparecido desde 6 de novembro, Diego cursava técnico de enfermagem e sonhava em fazer “um pé de meia” nos EUA. Seguindo recomendação de amigos, ele contratou um coiote de Ji-Paraná (RO) para atravessar a fronteira, chegando às Bahamas em 15 de outubro.
O último contato com a família foi no dia 5 de novembro. “Ele disse que tava ‘de boa, tudo beleza’ e que atravessaria naquela noite”, explica Marta. Segundo ela, o coiote reconheceu que a travessia não deu certo. “O que ele fala é que nunca viu uma coisa dessa acontecer, sumir tantos dias assim. Ele acredita que eles estão presos em outro país da região”, conta.

O grupo desaparecido, segundo relatos do coiote à família, seria formado por 12 brasileiros (dez homens e duas mulheres), cinco pessoas da República Dominicana e dois tripulantes de Cuba (um barqueiro e seu auxiliar). O Ministério das Relações Exteriores não confirmou que os brasileiros tenham entrado no barco para a travessia. À Agência Brasil, o Itamaraty informou que a embaixada brasileira em Nassau, nas Bahamas, e o consulado do Brasil em Miami, nos Estados Unidos, estão em contato com familiares e as autoridades caribenhas e americanas na tentativa de localizar os desaparecidos.
Falta de informação
Outro brasileiro que não entrou mais em contato desde 5 de novembro é Márcio Pinheiro de Souza. De acordo com o relato de parentes, Márcio já tinha tentado entrar ilegalmente nos Estados Unidos pelo México. Na primeira tentativa, o rapaz foi preso pela polícia norte-americana e passou cinco meses detido. Após voltar ao Brasil, ele entrou em contato com um grupo diferente de coiotes e embarcou em nova tentativa de ingresso ilegal nos Estados Unidos.
O brasileiro contou à família que foi levado para uma casa nas Bahamas, junto com outros brasileiros, onde ficaram até o dia 6 de novembro aguardando o embarque para os EUA. Márcio se encontraria com seu irmão Geraldo Souza, que já vive nos Estados Unidos. “Está tudo do mesmo jeito, a gente não tem notícia nenhuma não”, disse o irmão.

No caso de Márcio, a quantia combinada para a travessia só seria paga aos coiotes após a saída das Bahamas e a chegada ao território norte-americano. “Algumas pessoas estão pensando que a falta de pagamento adiantado pode ter dado problema. O pessoal estava perguntando para ele lá no abrigo se ele não iria pagar a metade”, conta Geraldo, que falou pela última vez com o irmão no dia 5 de novembro. “Eu cheguei a falar que pagava a metade para ele, que era o que estava combinado. A outra metade ia pagar lá no Brasil, para o coiote de lá”. Daí em diante, manteve contato com os coiotes contratados, que afirmam estar à espera de informações sobre o paradeiro do grupo.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Ig. São paulo


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