Vendida pelos pais, menina teve de se casar com idoso que a estuprou por 2 meses

Vendida pelos pais, menina teve de se casar com idoso que a estuprou por 2 meses

Vendida pelos pais, menina teve de se casar com idoso que a estuprou por 2 meses

A história de Begum é apenas uma entre centenas de meninas pobres, vendidas pelas famílias e traficadas em mercado de exploração sexual;


“Aquela noite, me pegou para ele. Se jogou em cima de mim. Eu estava chorando. [Então, ele disse] Te comprei, posso fazer o que quiser com você. Dei dinheiro aos seus pais. Eu posso usar você por quanto tempo quiser. Cale a sua boca”. Este é o depoimento de uma adolescente indiana que foi obrigada a se casar aos 12 anos com um homem 58 anos mais velho.

O depoimento tocante dado à “CNN” pela indiana Muneera Begum, agora com 19 anos, que vive na cidade de Hyderabad. Ela conta que tinha apenas 12 anos quando seus pais a venderam para um idoso chamado Oman que tinha 70 anos. A noite descrita por ela é a de seu casamento, a qual ela descreve como “tortura”. “Eu não fui educada e não conseguia entender nada do que estava acontecendo. Eu era apenas uma criança”, acrescenta.
Segundo Muneera, seu marido a manteve presa dentro de um quarto por mais de dois meses, “a utilizando apenas para fazer sexo”. “Se ele tinha que ir a qualquer lugar, me prendia dentro do quarto, então poderia me torturar depois que voltasse para casa”, relembra.
Depois de viver todo esse pesadelo, a adolescente descobriu que estava grávida e, quando o idoso que havia a estuprado por meses, descobriu, acabou pedindo o divórcio.
O caso da jovem acabou sendo descoberto por uma mulher que resgata as crianças vendidas para exploração sexual, que levou a história à polícia e às autoridades – que conseguiram prender o intermediário envolvido em sua venda. Segundo ela, foram anos para se recuperar, mas agora, prometeu a si mesma que nunca mais deixará que algo assim aconteça a mais ninguém.

“Não quero que outras garotas enfrentem a mesma coisa”, disse Begum. “No meu coração, eu sinto a dor que enfrentei, a próxima pessoa não deve enfrentar esse sofrimento.”
Assim como esta jovem indiana, outras centenas de meninas sofrem por casamentos forçados apenas em Hyderabad. Vindas de bairros pobres, os pais se veem obrigados a venderem as próprias filhas para turistas (geralmente muito mais velhos do que elas) que se dirigem à cidade em busca de sexo.
De acordo com a polícia e à investigação realizada pelo canal norte-americano, as histórias encontradas na cidade contra as crianças e adolescentes são de abuso sexual e emocional. Tais crimes são cometidos através de uma rede de tráfico humano com agentes, corretores e clérigos fazendo parte do esquema.
Tráfico foca em famílias pobres
Os agentes do tráfico de crianças e mulheres estão localizados em centenas de países do Oriente Médio e da África. Eles conhecem os chamados “brokers” (ou corretores, em português) que estão em Hyderabad (a cidade com a maior porcentagem de muçulmanos na Índia), que se aproximam das famílias pobres e as convencem de vender as filhas menores de idade porque necessitam daquele dinheiro.
Com clientes, geralmente bem mais velhos, os agentes viajam até a cidade indiana para ver as meninas e escolherem quais desejam traficar. Assim, após semanas ou meses usando-as para exploração sexual, muitas acabam não retornando ao país de origem e são levadas ao submundo da prostituição (usadas, inclusive, para traficar drogas).

É bastante difícil entender como os pais podem vender suas próprias filhas, mas a mãe de Muneera explica sua decisão: ela afirma que sua família Ela diz que sua família de cinco vivos crammed em um quarto minúsculo em uma das partes mais pobres de Hyderabad. Ela diz que seu marido era um alcoólatra e eles não tinham dinheiro, então ela acreditava que vender sua filha melhoraria sua vida, bem como a da família.
“Pensávamos que, ao vendê-la, poderíamos comprar uma casa pequena e morar lá”, afirmou. “Nossa vida e a de nossa filha poderiam ter se tornado boas. Isso é o que pensávamos que deveríamos fazer”, finaliza a indiana.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Ig. São Paulo


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