Presidente da Turquia acusa Alemanha de ser “nazista” após veto a comícios
Havia dois comícios marcados em cidades da Alemanha para o dia 2 de março, que acabaram sendo cancelados por “razões de segurança”; veja mais
O presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, acusou a Alemanha de praticar o “nazismo” neste domingo (5) ao proibir que sejam realizados comícios nas comunidades turcas em território alemão.
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Tais eventos seriam uma espécie de preparação para o referendo que será realizado no dia 16 de abril, o qual questiona a possibilidade de ser instaurado um governo presidencialista na Turquia , proposta feita pelo próprio mandatário. Havia duas manifestações marcadas para o dia 2 de março, que acabaram sendo canceladas por “razões de segurança”, conforme justificou as prefeituras da Alemanha.
Um dos eventos seria realizado em Gaggenau, na fronteira com a França, que contaria com a presença do ministro da Justiça turco, Bekir Bozdag. O outro estava marcado em Colônia e o ministro das Finanças Nihat Zeyebekci também já havia prometido comparecer. Depois dos vetos, os dois membros do governo turco acabaram anulando suas visitas à Alemanha e o Ministério das Relações Exteriores de Ancara ainda convocou o embaixador alemão para que dê explicações do ocorrido.
“A Alemanha não está permitindo que nossos amigos falem. Pensam que, impedindo-os de falar, os votos na Alemanha serão pelo ‘não’? Alemanha, você não tem nada a ver com a democracia. Essas suas práticas não são nada diferentes daquelas do nazismo do passado”, atacou Erdogan durante um discurso na cidade de Istambul.
Mas, este foi apenas mais um dos motivos que ultimamente causam uma tensão entre as relações exteriores entre os dois países, uma vez que Berlim reclama a prisão do jornalista alemão Deniz Yucel, em Istambul, depois de ele ter escrito uma reportagem sobre um ataque hacker contra o ministro de Energia Berat Albayrak, genro de Erdogan, e sobre milícias curdas.
O referendo
O presidente turco propôs mudanças na Constituição do país, substituindo o atual sistema parlamentarista para o presidencialismo – o que, na prática, daria mais poder a Recep Erdogan, já que poderia emitir decretos, declarar regras de emergência, nomear ministros e dissolver o Parlamento.
Além disso, permitiria que ele permanecesse mais tempo no poder, pelo menos até 2029. Uma das metas de Recep Erdogan é poder continuar em seu posto até 2023, quando a fundação da República por Kemal Ataturk completará 100 anos. A proposta causou polêmica não só entre a população, mas entre autoridades de outros países, uma vez que há receio de que exista um direcionamento a um poder ainda mais autoritário com a mudança.
Por tudo isso, a Turquia realizará um referendo para que a população (inclusive a que se encontra fora do território turco) possa decidir se aprova ou não a introdução deste novo sistema no próximo mês.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Ig. São Paulo
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