Dois anos após lista de Janot, só Eduardo Cunha e mais três viraram réus
Relação de 55 políticos mencionados na Lava Jato produziu poucos resultados; procurador-geral prepara nova lista com delações da Odebrecht
Brasília estava em polvorosa no dia 6 de março de 2015. Do Congresso Nacional, então sob o comando de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, ao Palácio do Planalto, à época ainda ocupado por Dilma Rousseff, todos sabiam que uma bomba estava prestes a explodir.
Explodiu por volta das 21h daquele dia. Foi quando o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, entregou ao Supremo Tribunal Federal (STF) uma relação de 55 políticos mencionados em depoimentos prestados no âmbito das investigações da Operação Lava Jato . Janot pedia a abertura de 28 inquéritos contra nomes de peso no cenário político de Brasília, como Renan Calheiros, Eduardo Cunha e Romero Jucá (PMDB), Antônio Palocci e Lindbergh Farias (PT), Fernando Collor de Mello (PTB) e Antonio Anastasia (PSDB).
Dois anos após a revelação da chamada lista de Janot, a PGR já ofereceu 20 diferentes denúncias com 59 acusados (sem repetição de nomes), mas apenas quatro personagens da lista de Janot tiveram denúncia aceita pelo STF e se tornaram réus em ações penais relacionadas à Lava Jato. Além de Cunha, também respondem a processos a senadora Gleisi Hoffmann e os deputados Nelson Meurer (PP-PR) e Aníbal Gomes (PMDB-CE). Nenhum deles foi condenado.
A relação de políticos listados por Janot se baseava em depoimentos prestados pelos delatores Paulo Roberto Costa, ex-diretor de Abastecimento da Petrobras, e Alberto Youssef, principal operador do esquema de corrupção na Petrobras. Hoje, há a expectativa em Brasília de uma nova lista do procurador-geral da República, desta vez baseada em delações de ex-executivos da Odebrecht.
De acordo com a PGR, desde a entrega da primeira lista, houve o arquivamento de seis inquéritos no Supremo e também foram realizadas seis operações a pedido do procurador-geral da República: três em 2015; duas em 2016; e uma em 2017. Houve ainda a celebração de 49 acordos de colaboração premiada homologados perante o STF.
“Avanços”
Para Rodrigo Janot, os números desses dois anos de investigação demonstram o “aperfeiçoamento do Ministério Público Federal no combate à corrupção”. “Não só avançamos nessa área temática, com desenvolvimento de técnicas de investigação e definição de estratégias, como tivemos mais agilidade nos trâmites dos processos de pessoas com prerrogativa de foro”, disse.
Além das ações contra Cunha, Gleisi, Nelson Meurer e Aníbal Gomes e dos arquivamentos, o STF ainda não analisou seis pedidos de inquéritos relacionados à primeira lista de Janot, segundo levantamento publicado nesta segunda-feira (6) pelo jornal Folha de S.Paulo .
Preso no Paraná desde outubro do ano passado, Eduardo Cunha perdeu a prerrogativa de foro privilegiado ao ser cassado pela Câmara dos Deputados e hoje é processado na 13ª Vara Federal de Curitiba, do juiz Sérgio Moro.
Fonte: Último Segundo/Política/Ig. São paulo
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