Condenado duas vezes à prisão perpétua, “Chacal” volta a ser julgado na França
Guerrilheiro venezuelano responde por um atentado cometido em uma galeria de Paris em 1974, que deixou duas pessoas mortas e dezenas feridas
A Justiça da França iniciou nesta segunda-feira (13) o julgamento do guerrilheiro venezuelano Ilich Ramirez Sanchez, conhecido por “Carlos, o Chacal”, por um atentado cometido em uma galeria de Paris, em setembro de 1974, no qual deixou duas pessoas mortas e dezenas feridas.
” Chacal ” fez parte de uma geração de guerrilheiros urbanos que agiu nos anos 1970 e 1980 com ataques a grandes personalidades e instituições capitalistas. Na Alemanha Ocidental, o grupo Baader-Meinhof executou homicídios e, na Itália, as Brigadas Vermelhas promoveram uma campanha de violência.
O processo de seu terceiro jugamento deve se prolongar até o dia 31 de março. Ramirez Sanchez é o único indiciado e pode ser condenado pela terceira vez à prisão perpétua. Ele está preso na França desde agosto de 1994, quando foi capturado no Sudão durante uma operação dos serviços secretos.
“Carlos” , de 67 anos, é acusado de quatro crimes, em particular o assassinato de François Benzo e David Grunberg, que morreram pela explosão de uma granada lançada na Drugstore Publicis, um estabelecimento comercial do bulevar Saint Germain da capital francesa.
Ao longo dos anos, sua advogada de defesa – e esposa –, Isabelle Coutant-Peyre, tentou anular as acusações. No entanto, não obteve sucesso.
O terrorista foi condenado pela primeira vez em 1997 pelo assassinado dois agentes secretos franceses em Paris e de um confidente em 27 de junho de 1975. Sua segunda sentença foi confirmada em junho de 2013, por quatro atentados cometidos na França em 1982 e 1983, nos quais 11 pessoas morreram e 200 ficaram feridas.
Conheça o guerrilheiro
Ilich Ramirez Sanchez foi, durante anos, o nome mais famoso da luta armada internacional (embora poucos conhecessem seu rosto). Apontado como um megalomaníaco egocêntrico por seus detratores, “Carlos” virou personagem de livros, documentários e filmes.
A ligação com o comunismo vem de família. Seu pai era um advogado marxista venezuelano, que decidiu dar a cada um dos três filhos um dos nomes verdadeiros de Lênin – a Carlos, coube Illich, segundo nome do líder da revolução bolchevique (Vladimir Illitch Ulianov).
Sua carreira de guerrilheiro começou na Jordânia, onde recebeu treinamento e teve seu primeiro contato com a Frente Popular para a Libertação da Palestina (FPLP), após uma etapa de estudos acadêmicos em Moscou.
O nome de guerra “Carlos” surgiu pouco depois, quando o venezuelano passou a integrar as operações exteriores da FPLP e a realizar atentados contra alvos ligados a Israel.
Leia também: Após sete anos de guerra, três milhões de crianças não conhecem a paz na Síria
Carlos ganhou fama na Europa ao ser apontado como autor da tentativa de assassinato do irmão de um rico empresário judeu, ocorrida em Londres, em dezembro de 1973. Um mês depois, teria sido o responsável pela explosão de uma bomba em uma agência bancária também na capital inglesa.
O apelido foi dado pela polícia britânica, que ao revistar um de seus esconderijos, encontrou um exemplar do livro “O dia do Chacal”, do inglês Frederick Forsyth.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Com informações da Ansa
Não encontrou o que queria? Pesquise abaixo no Google.
Para votar clique em quantas estrelas deseja para o artigo
Enviar postagem por email