70 mil pessoas no show de AC/DC em São Paulo

Mesmo com ameaças de chuva e dos tumultos na venda de ingressos, os 70 mil fãs presentes no estádio do Morumbi na noite desta sexta-feira (27) saíram secos e felizes do show da banda australiana de rock and roll AC/DC.

ac dc sao paulo

Com uma apresentação de duas horas que misturou clássicos como “Back in Black”, “Highway to Hell” e “Let There Be Rock” ao material do ultimo álbum, “Black Ice”, executados com som perfeito, cenário elaborado e preparo físico invejável para um grupo com quase 40 anos de carreira, o AC/DC demonstrou por que é a maior banda de rock pesado do planeta.

Com fortes pancadas de chuva durante a tarde e início da noite, tudo indicava que os fãs voltariam para casa ensopados. Felizmente, às 20h30, quando Nasi e sua banda iniciaram o show de abertura, o tempo já havia melhorado.

Após abrir a apresentação com sua “Por Amor”, o ex-vocalista do Ira!, auxiliado pelo guitarrista do Sepultura Andreas Kisser, foi bem recebido pelo público, que ainda chegava ao Morumbi, com um set de covers que incluiu sucessos do Clash, Plebe Rude, Stooges e Raul Seixas.

Às 21h30, já com a casa lotada, os holofotes se apagaram, revelando milhares de luzes vermelhas espalhadas pelo estádio. O que, de longe, sugeria uma decoração de Natal eram, na verdade, os chifres luminosos vendidos na entrada do show. Enquanto isso, a multidão vibrava, sabendo que em poucos minutos, depois do vídeo em animação que passava nos telões, o AC/DC finalmente faria seu primeiro show brasileiro desde 1996.

Depois de abrir com a primeira faixa de “Black Ice”, “Rock N Roll Train”, o vocalista Brian Johnson cativou o público com uma saudação em português bem pronunciado “e aí São Paulo”. Em seguida, explicou que a banda não sabe falar “brasileiro” (sic), mas fala bem o rock and roll e provou isso com “Hell Ain’t a Bad Place to Be”.

Mas o primeiro grande momento da noite ocorreu na terceira música, a faixa título do álbum “Back in Black”, de 1980, maior sucesso da carreira da banda e o segundo disco mais vendido de todos os tempos. Para quem estava no meio da pista, parecia que todas as 45 milhões de pessoas que compraram o álbum estavam cantando juntas o refrão.

Daí em diante, o público estava ganho e apreciou tudo o que um show do AC/DC tem a oferecer. Como sempre, o guitarrista Angus Young foi o destaque da noite, correndo e pulando como uma criança hiperativa, aproveitando bem o corredor que estendia o palco até o meio do estádio e chegando ao ápice da performance ao ser levantado por uma plataforma em “Let There Be Rock”.

Mas mesmo com carisma e energia infinitos Angus e Brian Johnson não conseguiriam fazer seu trabalho sem os outros três integrantes. Apesar do palco elaborado e do volume ensurdecedor, o que dá peso ao som do AC/DC é a precisão com que o guitarrista-base Malcolm Young, o baixista Cliff Williams e o baterista Phil Rudd executam seu trabalho. Minimalistas, os três provam como ninguém que no rock and roll, menos é quase sempre mais.

É difícil apontar os pontos altos de um show como este. Se por um lado, o estádio quase veio abaixo durante “Highway To Hell”, não dá para não citar a boneca inflável gigante que aparece em “Whole Lotta Rosie”, Brian Johnson se pendurando num enorme sino em “Hell’s Bells” ou mesmo o strip tease de Angus em “The Jack”.

Depois de tudo isso, como poderiam fechar a noite? Com tiros de canhão em “For Those About To Rock” e um espetáculo de fogos de artifício indicando o final definitivo após duas intensas horas de show. Como o AC/DC costuma vir ao Brasil uma vez a cada década, resta conferir se os integrantes conseguirão manter o mesmo pique quando estiverem se aproximando dos 70 anos de idade.

Fonte:uol


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