Google revela os segredos de ser a Melhor Empresa para Trabalhar em 2010

Quem acha que diversão e trabalho não combinam precisa rever seus conceitos. O Google, primeiro colocado no ranking das Melhores Empresas para Trabalhar em TI e Telecom de 2010, tem como filosofia que só com um ambiente de trabalho descontraído e regras flexíveis seus funcionários ­ ou Googlers, como são chamados internamente ­ terão condições de atingir o principal objetivo da empresa: criatividade para desenvolver soluções e produtos inovadores no mercado.

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Um indício do modelo pouco convencional de gestão das pessoas é o ambiente de trabalho. Nos escritórios do Google no Brasil (em São Paulo e em Belo Horizonte), mesas de pingue-pongue, videogames, pufes e redes de descanso dividem espaço com mesas, cadeiras e computadores. Além disso, as baias de trabalho de cada um dos funcionários, inclusive a do presidente da empresa, são decoradas individualmente, graças a uma verba de 100 dólares que os empregados recebem quando entram na companhia.

“Um diferencial, seguramente, é o ambiente. Além de todas as atividades lúdicas, voltadas a fazer com que as pessoas se divirtam e trabalhem ao mesmo tempo, temos uma série de espaços de convivência”, explica a gerente de recursos humanos do Google para América Latina, Monica Santos, que completa: “Isso está ligado com a cultura de colaboração”.

Monica acredita que o modelo colaborativo representa um dos segredos do sucesso da companhia, reconhecida como uma das empresas mais bem-sucedidas da internet e que faturou mais de 23,6 bilhões de dólares globalmente em 2009. Essa colaboração começa no modelo de contratação das pessoas. O Google estimula que os funcionários indiquem bons profissionais para trabalhar na empresa. Como forma de estimular essa prática, toda vez que uma pessoa é contratada a partir da indicação de um Googler, este último recebe um bônus de 5 mil reais.

Em 2009, a gerente de RH calcula que 61% das pessoas contratadas no País foram indicadas por funcionários do Google. “Acreditamos que bons profissionais têm uma rede de relacionamento forte e gostam de trabalhar com gente competente”, justifica Monica. “Mas isso não significa que damos preferência apenas a indicados. No nosso site temos uma área (Google Jobs) na qual qualquer um pode se candidatar”, acrescenta a executiva, que, em 2009, recebeu mais de 10 mil currículos somente no Brasil.

Quanto ao perfil de profissionais buscados pela empresa, a gerente detalha que um dos aspectos mais importantes para a seleção de potenciais funcionários é o histórico escolar. “Pelo fato de ter sido fundado por acadêmicos, o Google dá muito valor ao desempenho universitário”, relata.

Além disso, a empresa busca pessoas compatíveis com o que estabelece como um bom Googler. Isso envolve ter habilidade para lidar com mudanças, flexibilidade, paixão por tecnologia, vontade de fazer trabalhos voluntários e interesses que vão além do trabalho, como gostar de esportes e de música.

Vicente Carrara, gerente de contas para a área de bens de consumo da empresa no Brasil, representa um bom exemplo do espírito Googler. Aos 30 anos de idade, dos quais 4 deles no Google, o executivo é guitarrista nas horas vagas e carrega um currículo bastante diversificado, que inclui desde apresentações de teatro, até produção de cartões para baladas e tradução para séries e filmes de televisão.

Formado em marketing, Carrara conta que entrou na empresa por acaso. “Era marketeiro online de uma grande empresa de tecnologia, quando, uma pessoa do Google veio me visitar para apresentar um produto”, relata. De acordo com ele, essa conversa despertou um interesse pelo que fazia a companhia. “Vi na internet que eles tinham uma vaga e mandei meu currículo”, detalha o gerente, que fez sete entrevistas com a matriz da empresa, nos Estados Unidos, até ser contratado, em julho de 2006.

Quando questionado sobre o que torna o Google uma empresa interessante para trabalhar, o gerente responde: “A questão mais fascinante são as pessoas. Você pode aprender coisas todos os dias.”

Cinthia Assali, que atua como especialista em display da companhia para América Latina, concorda com a visão de Carrara e atribui esse diferencial da equipe à diversidade. “Aqui, trabalho ao lado de pessoas formadas em fonoaudiologia, pedagogia, letras, entre outras”, diz a executiva, formada em engenharia civil e que já atuou como supervisora de um terminal de carregamento em uma indústria de petróleo.

Reconhecimento

Cinthia destaca que outra questão importante são as oportunidades de crescimento profissional e o reconhecimento. E a especialista fala com propriedade, já que ela recebeu, no mês de junho deste ano, o Founders Awards. Trata-se de um prêmio mundial concedido pelos fundadores do Google para os profissionais que se destacaram por conta de projetos que trouxeram resultados para a companhia. No caso da profissional brasileira, ela fez parte de uma iniciativa global ­ da qual participaram pessoas do Japão, da Índia, dos Estados Unidos, da Europa e da América Latina ­ voltada a criar novos formatos de anúncios online.

Os ganhadores do Founders Award recebem um bônus em dinheiro, além de diversos prêmios, entre os quais, uma identificação especial no crachá. O mais importante, contudo, relata Cinthia, é o reconhecimento que isso traz dentro da equipe. “Mais legal do que um e-mail dos vice-presidentes (no qual todos os funcionários do mundo são copiados) foi receber os cumprimentos dos meus colegas”, conta a especialista.

A gerente de RH na América Latina destaca que comemorar resultados faz parte do jeito Google de ser. Para isso, toda quinta-feira, a empresa realiza uma reunião no final do dia com todos os funcionários e durante a qual o principal executivo da companhia compartilha os resultados obtidos. Na sequência, é realizada uma confraternização, batizada de TGIaF [Thanks God Is (almost) Friday ou, em português, Graças a Deus é (quase) Sexta-Feira].

Monica ressalta, no entanto, que a celebração representa algo constante na companhia. Assim, todas as vezes em que algum profissional recebe uma promoção, a empresa estoura um champanhe. Além disso, o Google mantém em seu calendário anual uma série de eventos temáticos ­ como Dia das Bruxas, Dia do Bigode, Dia do Pijama, entre outros ­, voltados a promover a confraternização entre todo os funcionários.

O clima de integração também se reflete nos benefícios oferecidos pela companhia, os quais são iguais para todos os profissionais, independentemente de cargo, tempo de trabalho ou região geográfica. Uma das únicas exceções, conta Monica, é o caso da política de educação para os profissionais, exclusiva para as filiais da América Latina.

Estímulo à formação
A política prevê que todos os profissionais dos escritórios latino-americanos do Google têm direito a uma verba anual ­ que, no caso do Brasil, é de 16 mil reais ­ para educação. “E o funcionário pode usá-la para fazer cursos de interesse profissional ou pessoal”, explica a gerente de RH. Na prática, o valor pode ser utilizado para subsidiar 75% do custo total que precisa ser investido.

Vicente Carrara acaba de terminar um curso de pós-graduação no Insper, em Certified Business and Administration, graças à verba concedida pelo Google.

“Foi a primeira vez na vida em que uma empresa me deu esse tipo de benefício”, ressalta o gerente. “E o legal é que não tive qualquer burocracia para conseguir o subsídio”, complementa. Ele explica que, para obter o aval da empresa, escreveu um texto justificando os motivos pelos quais gostaria de realizar o curso. E, em apenas um dia, seu chefe direto e o responsável pela área de recursos humanos aprovaram o uso do recurso para treinamento.

Não foi só a facilidade de aprovação que surpreendeu Carrara. Ele afirma que, durante os quase dois anos de curso, recebeu todo o apoio da empresa.

“Todas as vezes em que precisei, pude sair mais cedo para fazer trabalhos e estudar. E sempre ouvia do meu chefe que o mais importante era terminar a pós com notas boas”, conta o gerente. Além disso, ele detalha que usou o próprio escritório da Google para realizar reuniões em grupo com sua turma da pós-graduação.

E como um bom Googler, Carrara já se prepara para um curso de educação corporativa no exterior, ainda neste ano. “Vou aproveitar 10 a 15 dias das minhas férias para estudar nos Estados Unidos ou na Inglaterra”, pontua o executivo que, assim como no caso da pós-graduação, vai usar a verba de 16 mil reais para subsidiar a iniciativa.

Além disso, o gerente pretende fazer um curso de espanhol, oferecido gratuitamente pela Google, aos profissionais da empresa que utilizam a língua no dia-a-dia de negócios.

Fonte:computerworld


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Comentários

  • Kathia disse:

    É por esse motivo que as prática de gestão que são utilizadas no google, hoje fazem sucesso para os gerentes de recursos humanos.
    Em toda a história de trabalho, nunca foi tão evidente que a qualidade de vida ao funcionário é importante para o andamneto do processo coorporativo.
    Abs

  • IANDI SANTOS disse:

    Realmente não sei como o GOOGLE pode me ajudar a TRABALHAR e me DIVERTI.

    Se alguem souber me explica, por favor !

    Estou precisando TRABALHAR ,quando eu falo TRABALHAR é TRABALHAR mesmo.

    E tem que ser pela INTERNET,pois tenho uma FILHA DOENTE,não posso TRABALHAR FORA.

    Atenciosamente : IANDI.

    iandi.2010@hotmail.com

    OBRIGADA(O)

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