Tribunal Penal Internacional emite ordem de prisão para Kadhafi e filho
O procurador do Tribunal Penal Internacional (ICC, na sigla em inglês), Luis Moreno-Ocampo, disse nesta segunda-feira (16), ter emitido uma ordem de prisão contra o ditador da Líbia, Muammar Kadhafi, e o filho dele, Saif al-Islam, por crimes contra a humanidade.
Durante entrevista coletiva em Haia, Ocampo também disse ter solicitado a prisão do chefe do serviço de inteligência líbio, Abdullah al-Senussi, devido à violenta repressão aos protestos antigoverno no país em fevereiro.
“Com base nas provas obtidas, o escritório do promotor pediu à Câmara Preliminar Nº1 que emita ordes de prisão Muamar Kadhafi, Seif el-Islam e Abdullah al-Sanusi”, declarou Moreno na sede do TPI.
Os juízes do TPI podem decidir se aceitam o pedido do promotor, rejeitam ou solicitam informações adicionais.
O promotor do TPI abriu uma investigação em 3 de março por crimes contra a humanidade cometidos na Líbia desde fevereiro contra oito personalidades líbias, entre elas Kadhafi e três de seus filhos.
“As provas recolhidas mostram que Muamar Kadhafi comandou pessoalmente os ataques contra civis líbios não armados”, disse o argentino Ocampo. “Seu filho Seif al-Islam é o primeiro-ministro de fato”, acrescentou.
“Abdallah al-Sanusi é seu braço direito e ordenou pessoalmente alguns ataques”, completou o promotor.
O promotor do TPI abriu uma investigação em 3 de março por crimes contra a humanidade cometidos na Líbia desde fevereiro contra oito personalidades líbias, entre elas Kadhafi e três de seus filhos.
Desde então, o escritório do promotor efetuou 30 missões em 11 países. Foram examinados mais de 1.200 documentos, incluindo vídeos e fotografias. Também entrevistaram 50 pessoas, algumas delas testemunhas oculares.
Mas a equipe do promotor não interrogou testemunhas na Líbia, para não colocá-los em risco.
Uma equipe de cinco membros do escritório do promotor concluiu no domingo um expediente de 74 páginas, com cinco anexos, com os detalhes do relatório apresentado para solicitar a ordem de prisão.
Desde o início da rebelião na Líbia em meados de fevereiro, milhares de pessoas morreram, segundo Ocampo. Quase 750.000 pessoas fugiram do país, de acordo com a ONU.
fonte: G1, com agências internacionais
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