Suspeito de ligação com explosões em Nova York e Nova Jérsei é detido
Prefeito de Nova York diz acreditar em ‘ato de terror’.
Explosão no fim de semana deixou 29 feridos em Nova York.
O americano de origem afegã Ahmad Khan Rahami, suspeito de ligação com o atentado que deixou 29 pessoas feridas no sábado (17), em Nova York (EUA), foi detido nesta segunda-feira (19) em Linden, Nova Jérsei, após troca de tiros com a polícia.
Em coletiva de imprensa após a detenção, o prefeito de Nova York, Bill de Blasio, disse acreditar que a explosão foi um ato terrorista. “Temos todas as razões para acreditar que foi um ato de terror”, afirmou a jornalistas. Antes, de Blasio havia afirmado à rede ABC que as autoridades se inclinavam “cada vez mais na direção de que se tratou de um ataque terrorista específico”.
Suspeita-se que, além da explosão em Nova York, Rahami seja o responsável por uma bomba deixada em Seaside Park, no estado vizinho de Nova Jérsei, no local onde haveria uma corrida de rua (veja abaixo a sequência das explosões ocorridas no fim de semana nos EUA). Esta bomba explodiu na manhã do último sábado (17), mas ninguém ficou ferido.
O prefeito de Elizabeth, uma cidade próxima a Linden, disse à rede CNN que, na troca de tiros durante a detenção de Rahami, um policial foi atingido na mão e outro levou disparo no colete de proteção. O prefeito Chris Bollwage também disse nesta segunda que o americano de origem afegã não estava nos radares da polícia local.
As imagens da CNN mostram o suspeito com um ferimento no braço direito e movendo a cabeça para os dois lados, com os olhos abertos e o tórax parcialmente coberto por um lençol, sendo colocado em uma ambulância.
A NBC afirma que Rahami foi identificado depois que uma digital foi encontrada em um dispositivo que não explodiu. Celulares conectados a bombas não detonadas tinham mais informação sobre o suspeito. “Aparentemente ele não fazia virtualmente nada para encobrir suas pistas”, disse uma fonte à NBC.
Funcionários da inteligência americana afirmaram nesta segunda que não estão procurando mais nenhum suspeito e que não há motivos para se achar que existe uma célula terrorista ativa na região.
Obama
O presidente americano Barack Obama disse nesta segunda que está monitorando o caso de perto com agentes do FBI, e que conversou com os governadores Andrew Cuomo (Nova York) e Chris Christie (Nova Jérsei) e com o prefeito de Nova York, reforçando o apoio federal às investigações.
“Estamos extremamente felizes e gratos que ninguém foi morto. E nossas orações vão para aqueles que ficaram feridos. Queremos desejar a eles uma recuperação rápida”, disse.
Obama também disse que é preciso lembrar que terroristas e extremistas “tentam ferir pessoas inocentes, mas também inspirar medo” e que a população deve garantir que não vai sucumbir ao medo.
‘Armado e perigoso’
Antes da detenção do suspeito, De Blasio havia alertado que ele poderia estar “armado” e ser “perigoso”. Segundo o FBI, o último endereço conhecido de Rahami era em Elizabeth, que fica a cerca de 25 km de Nova York. Na madrugada desta segunda, foi encontrado um pacote com explosivos justamente perto de uma estação de trem de Elizabeth.
A bomba que explodiu em Nova York, na noite de sábado, foi montada para gerar o maior caos e destruição possível, segundo autoridades ouvidas pelo jornal “The New York Times”.
Tanto a bomba que explodiu em Chelsea quanto a que foi encontrada nas proximidades sem detonar foram feitas com panelas de pressão e luzes de natal. Elas foram preenchidas com materiais fragmentados – pequenos “rolamentos de metal”, segundo as autoridades americanas.
Os ataques de Nova York e Nova Jérsei foram registrados em um período de 24 horas, aumentando os temores em matéria de segurança num momento em que é travada uma dura batalha eleitoral entre a democrata Hillary Clinton e o republicano Donald Trump.
Nova York entrou em alerta completo e mobilizou mais de 1 mil agentes em aeroportos, terminais de ônibus e estações de metrô, antes da abertura, nesta terça-feira (20), da Assembleia Geral da ONU na cidade.
Conexão internacional
As autoridades americanas se inclinavam nesta segunda a considerar que os ataques de Nova York e Nova Jérsei, assim como a descoberta de explosivos na estação de trens de Elizabeth no domingo, estão vinculados.
“Podem ter um vínculo comum ou uma pessoa por trás de todas as explosões”, disse o governador de Nova York, Andrew Cuomo.
“Não me surpreenderia se encontrarmos uma conexão internacional”, acrescentou Cuomo, que no domingo havia afirmado que “não encontramos um vínculo com o ISIS”, em referência ao grupo extremista Estado Islâmico (EI).
Lobo solitário?
O que não estava claro é se o responsável pelos ataques é um lobo solitário ou um grupo. “Ainda não sabemos se é um único indivíduo, mais de um indivíduo ou se trata-se de um grupo organizado”, disse De Blasio à CNN.
Quinze anos depois dos atentados de 11 de setembro de 2001, as autoridades ressaltam que os Estados Unidos são muito mais seguros para enfrentar planos terroristas originados no exterior, embora sejam vulneráveis a ataques de “lobos solitários” inspirados pela propaganda do EI ou da Al-Qaeda.
Ataque em Minnesota
As explosões de Nova York e Nova Jérsei não foram reivindicadas, diferentemente do ataque a facadas que ocorreu no sábado em um centro comercial de Saint Cloud, Minnesota, com um saldo de nove feridos, que foi reivindicado pelo EI.
O autor do ataque era um “soldado do EI” que respondeu aos chamados para tomar como alvo os cidadãos dos países membros da coalizão dos cruzados”, indicou a Amaq, órgão de propaganda do grupo extremista.
A polícia confirmou que o criminoso perguntava às vítimas se eram muçulmanas antes de esfaqueá-las, e que “fazia referências a Alá”. O agressor, abatido por um policial de folga, era um americano de origem somali de 22 anos.
Em pronunciamento nesta segunda, Obama disse que o governo também está focado no ataque em Minnesota e que até o momento não parece haver ligação com as bombas em Nova York e Nova Jérsei. O presidente disse que conversou com o governador Mark Dayton nesta segunda para oferecer a assistência federal necessária para as investigações, que tratam o incidente como um ato terrorista.
Fonte: G1/Mundo
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