Oposição comemora prisão de Eduardo Cunha
Senador Humberto Costa (PT) afirmou que, caso o ex-deputado faça delação premiada, o governo ficará em “maus lençóis”; situação fica em silêncio
A notícia sobre a prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), confirmada no início da tarde desta quarta-feira (19), foi recebida com euforia pelos parlamentares de oposição ao governo Michel Temer. Os aliados do presidente, entretanto, preferiram manter o silêncio sobre a decisão do juiz Sérgio Moro.
O senador Humberto Costa (PT-PE), líder do partido no Senado, publicou vídeo no Facebook no qual declarou que, com a prisão de Cunha, ”não somente o governo”, como os partidos da situação, principalmente PSDB, DEM e PPS, ficarão em “maus lençóis”. Ele disse ter informações de que o ex-presidente da Câmara já está negociando um acordo de delação premiada e que “aguardar para que o Brasil realmente conheça a verdade sobre tudo o que aconteceu no impeachment [da ex-presidente Dilma Rousseff] e, acima de tudo, a postura de vários elementos da antiga oposição, que, na prática estão comprometidos com esse esquema [da Operação Lava Jato] até o pescoço”.
No mesmo vídeo, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse esperar, “sinceramente”, que Cunha colabore com as investigações. “Eu tenho certeza de que a delação do Eduardo Cunha não deixará pedra sobre pedra desse governo de Michel Temer e seus ministros.” O petista é vice-líder do bloco no Senado formado pelo PT e PDT.
O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) comentou que está saindo “desta fase em que só o pé rapado, o miúdo, vai em cana”. “O Brasil, aos trancos e barrancos, em alguns aspectos, vai avançando no que diz respeito ao interesse do povo.”
O ex-senador Ciro Gomes (PDT-CE), postou em uma rede social um vídeo no qual Michel Temer faz elogios a Cunha, quando este ainda era deputado. “Eu tenho no Eduardo Cunha um auxílio extraordinário na Câmara Federal”, disse o presidente. Ciro é apontado como provável candidato ao Palácio do Planalto em 2018.
Por outro lado, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que também é réu em três processos decorrentes da Lava Jato, não fez comentários públicos sobre a detenção. A ex-presidente Dilma também não fez postagens sobre o fato em suas redes sociais.
Situação
O PMDB, partido de Temer e Cunha, não postou informações referentes à decisão do juiz Sérgio Moro até o fechamento desta reportagem. Os perfis oficiais da legenda publicaram informações por volta de 14h sobre a Proposta de Emenda Constitucional (PEC) 241 e sobre projetos de infraestrutura do governo.
Também as 14h, o PSDB publicou em sua página no Facebook texto sobre a PEC do teto de gastos públicos e a necessidade de redução nos juros. Pelo Twitter, o partido comentou, por volta de 13h, a denúncia enviada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, contra a deputada Érika Kokay (PT-DF).
O senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), líder da sigla no Senado, apenas compartilhou um link com reportagem sobre a prisão do ex-presidente da Câmara, mas não fez comentários. A equipe do iG tentou contato com o deputado Paulinho da Força (SD-SP), um dos dez que votaram contra a cassação do mandato de Cunha, mas não obteve retorno.
Fonte: Último Segundo
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