Juízes entram com representação contra Renan Calheiros no Conselho de Ética
Ação foi motivada após presidente do Senado ter chamado o juiz responsável pela Operação Métis de “juizeco”; a ação resultou na prisão de agentes legislativos suspeitos de barrar as investigações da Operação Lava Jato
Um grupo de cinco juízes entregou nesta quinta-feira (27) uma representação contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB), à Secretaria Geral da Mesa da Casa. Os magistrados querem que a conduta de Calheiros em relação ao juiz federal Vallisney de Souza seja avaliada pelo Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para que sejam adotadas as “sanções cabíveis”.
A representação foi motivada pelo fato de Renan ter chamado Souza de “juizeco” em entrevista coletiva após a Operação Métis, que resultou no cumprimento de mandados de busca e apreensão nas dependências do Senado, com autorização de Vallisney de Souza.
De acordo com Souza, a Polícia do Senado atuava desde 2015 para barrar as investigações de Operação Lava Jato contra senadores investigados. As informações estão na decisão em que o juiz autorizou a prisão temporária de integrantes da Polícia Legislativa.
Para o magistrado, o chefe da Polícia do Senado, Pedro Ricardo Araújo de Carvalho, que também foi preso, determinou, “cedendo a pedido ou influência de outrem”, ações de seus subordinados para “embaraçar conscientemente notória operação conduzida no âmbito do “Supremo Tribunal Federal”.
“Os poderes Judiciário, Executivo e Legislativo são independentes e harmônicos entre si. Esses são os pilares da nossa democracia. Então não nos parece razoável que se utilize de adjetivação e de palavras que minorem o magistrado e a magistratura”, explicou um dos representantes do grupo, o juiz da 10ª Vara Penal de Pernambuco, Luiz Rocha.
Análise
A solicitação já foi recebida pela Mesa Diretora do Senado e deverá ser entregue primeiro ao presidente do Conselho de Ética, senador João Alberto Souza (PMDB-MA), que decidirá se arquiva ou dá prosseguimento à denúncia.
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Segundo o juiz Luiz Rocha, o pedido será avaliado para entender se existiu “excesso” de Renan e “afastamento do decoro” quando ele se referiu ao juiz nesses termos, durante a entrevista coletiva”, explicou.
Fonte: Último Segundo/Política/EBC Agência Brasil
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