Renan, Maia e base aliada defendem Geddel após ministro virar alvo de processo
Presidentes do Senado e da Câmara rechaçam acusações sobre pressão a Marcelo Calero e falam em “fato superado” e em “virar a página”; líder do governo na Câmara prepara manifesto em apoio ao ministro de Governo
Os presidentes da Câmara e do Senado saíram em defesa do ministro Geddel Vieira Lima, chefe da Secretaria de Governo de Temer, que se tornou alvo de processo investigativo na Comissão de Ética da Presidência.
Na manhã desta terça-feira (22), o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) considerou as acusações contra Geddel sobre suposta pressão ao ex-ministro da Cultura Marcelo Calero um “fato superado”.
“Parece que houve uma interpretação indevida. O bom é que isso fique para trás e a convergência seja novamente construída”, propôs Renan.
Na mesma linha, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), ponderou que é preciso “separar as coisas” e disse que conversou com o ministro a respeito do episódio.
“Vamos virar essa página. O episódio aconteceu. Vamos separar as coisas. É claro que o tráfico de influência não é bom. Eu sei que não aconteceu. O Geddel já explicou. Até porque o parecer indeferindo [o projeto] não foi refeito. A decisão foi respeitada”, disse Maia.
Manifesto
Ainda na tarde desta terça-feira, os líderes de partidos da base do governo federal na Câmara prometem apresentar um manifesto de apoio ao ministro Geddel Vieira Lima.
Segundo o líder do governo na Câmara dos Deputados, André Moura (PSC-SE), Geddel tratou do tema “informalmente” com Calero, não havendo, portanto, “qualquer pressão, gerência ou imposição” para que o ex-ministro facilitasse a construção do edifício.
“Estão fazendo tempestade em assunto pequeno porque não houve pressão, ingerência ou imposição por parte dele. Há muitas questões mais importantes a serem cuidadas. Assim sendo, Geddel continua com o apoio de todos os líderes de governo e da base. Trata-se apenas de uma questão pontual”, argumentou o líder do governo, André Moura.
Denúncia
As indagações a respeito da conduta de um dos principais articuladores políticos de Temer se deu após o agora ex-ministro da Cultura Marcelo Calero ter pedido exoneração do cargo. Inicialmente, Calero alegou “motivos pessoais”, mas, em entrevista publicada no dia 18 pelo jornal “Folha de S.Paulo”, Calero apresentou outra justificativa: supostas pressões feitas pelo ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, para intervir junto ao Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a fim de liberar a construção de um edifício de alto padrão em Salvador.
O empreendimento não foi autorizado pelo Iphan e por outros órgãos por ferir o gabarito da região, que fica em área tombada. Também em entrevista à “Folha”, Geddel admitiu ter conversado com Calero sobre a obra, mas negou tê-lo pressionado e disse estar preocupado com a criação e a manutenção de empregos.
As acusações contra o chefe da Secretaria de Governo são debatidas pela Comissão de Ética Pública da Presidência da República, que decidiu nesta segunda-feira (21) abrir processo para apurar se Geddel violou o código de conduta federal ou a Lei de Conflito de Interesses (Lei nº 12813) ao procurar Calero para tratar de um assunto de seu interesse pessoal.
Fonte: Último Segundo/Política/Com Agência Câmara e Agência Senado
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