Governo Temer não vai se legitimar, diz Joaquim Barbosa

Governo Temer não vai se legitimar, diz Joaquim Barbosa

Governo Temer não vai se legitimar, diz Joaquim Barbosa

Em entrevista publicada nesta quinta-feira (1º), ex-presidente do STF disse que atual gestão “não resistiria a uma série de grandes manifestações”

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Joaquim Barbosa, que presidiu a Corte entre 2012 e 2014, afirmou nesta quinta-feira (1º), que o presidente da República, Michel Temer, não conseguirá se legitimar no cargo. Na opinião do jurista, o “mal estar institucional [no Brasil] vai perdurar durante os próximos anos”.

Em entrevista concedida ao jornal “Folha de S.Paulo” divulgada hoje, Joaquim Barbosa disse que considera que a situação política gerada no País depois do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff é “artificial” e, por esse motivo, avalia que “esse governo não resistiria a uma série de grandes manifestações”.
O jurista comentou que a principal consequência da cassação de Dilma foi o “enfraquecimento” da Presidência da República. “Essa desestabilização empoderou essa gente numa Presidência sem legitimidade unida a um Congresso com motivações espúrias. E esse grupo se sente legitimado a praticar as maiores barbáries institucionais contra o País”, sentenciou.

Apesar do tom elevado das críticas, Barbosa afirmou não ser partidário da tese de que o impedimento de Dilma configurou um golpe de Estado. Em outras ocasiões, o ex-ministro já havia declarado que o impeachment foi “Tabajara”. “Aquilo foi uma encenação. Todos os passos já estavam planejados desde 2015. Aqueles ritos ali foram cumpridos apenas formalmente.”
Abuso de autoridade
Sobre o projeto de lei em tramitação no Congresso que prevê a possibilidade de que juízes e integrantes do Ministério Público respondam criminalmente por abuso de autoridade, o ex-presidente do STF avaliou que essa discussão também é consequência do “do controvertido processo de impeachment, cujas motivações reais eram espúrias”.
“A lógica é a seguinte: se eu posso derrubar um chefe de Estado, por que não posso intimidar e encurralar juízes? Poucos intuíram – ou fingiram não intuir – que o que ocorreu no Brasil de abril a agosto de 2016 resultaria no deslocamento do centro de gravidade da política nacional, isto é, na emasculação da presidência da República e do Poder Judiciário e no artificial robustecimento dos membros do Legislativo”, declarou o ex-ministro à “Folha”.

Além de Joaquim Barbosa, o projeto de lei sobre o abuso de autoridade também recebeu críticas por parte do juiz federal Sérgio Moro, responsável pelas ações penais da Operação Lava Jato em primeira instância. O magistrado esteve no Senado nesta quinta-feira para participar das discussões sobre o tema com os parlamentares.
Fonte: Último Segundo/Política/Ig. São Paulo


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