Em quase três anos, Lava Jato obtém 120 condenações em primeira instância

Procuradores conseguiram a repatriação de R$ 756,9 milhões; de acordo com a PGR, 79 investigados já assinaram acordos de delação premiada

Após quase três anos de trabalho, os procuradores da República que integram a força-tarefa da Operação Lava Jato conseguiram obter 120 condenações de investigados na primeira instância da Justiça, sendo que a maioria foi condenada mais de uma vez pelo juiz federal Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal em Curitiba. Somadas, as penas passam de 1.257 anos de prisão. Os dados fazem parte do levantamento mais recente elaborado pela Procuradoria-Geral da República (PGR).

Desde março de 2014, quando a primeira fase da Lava Jato foi deflagrada, foram realizadas 79 prisões preventivas, 103 prisões temporárias e 197 conduções coercitivas. Neste período, foram abertos 1.434 procedimentos de investigação e realizadas operações de 730 busca e apreensão. De acordo com o balanço, 79 investigados assinaram acordos de delação premiada.
As apurações revelaram que os desvios na Petrobras envolveram pagamento de propina de aproximadamente R$ 6,4 milhões a ex-diretores da estatal e demais investigados. Por meio de acordos de delação premiada, os procuradores conseguiram a repatriação de R$ 756,9 milhões que estavam depositados no exterior. Além disso, R$ 3,2 bilhões em bens que estavam em posse dos envolvidos foram bloqueados. O valor total de ressarcimento pedido à Justiça pelo Ministério Público Federal (MPF), incluindo multas, é de R$ 38,1 bilhões.
STF
Depois de quase dois anos do início das investigações sobre pessoas com prorrogativa de foro privilegiado, o Supremo Tribunal Federal (STF) não condenou nenhum investigado na operação. A abertura de investigações contra ministros, deputados e senadores citados em depoimentos de delação premiada ocorreu em março de 2015.

Segundo o levantamento divulgado pelo gabinete do ministro Teori Zavascki, relator dos processos oriundos da operação Lava Jato na Corte, foram aceitas cinco denúncias contra parlamentares, que acabaram se tornando réus. Mais cinco ações estão prontas para julgamento e seis inquéritos foram arquivados. Os dados também mostram que 24 dos 25 acordos de delação que chegaram ao tribunal para homologação do ministro foram aceitos. Apenas uma delação foi remetida à presidência da Casa por problemas processuais.

Fonte: Último Segundo/Política/Com informações da Agência Brasil