Trump determina saída dos EUA de acordo comercial com países do Pacífico

Trump determina saída dos EUA de acordo comercial com países do Pacífico

Trump determina saída dos EUA de acordo comercial com países do Pacífico

Tratado estabelecia novas bases para as relações econômicas entre as 12 nações; essa é a segunda vez que o republicano invalida uma herança de Obama, que levou oito anos na negociação para fechar acordo com estados

O presidente dos Estados Unidos Donald Trump cancelou nesta segunda-feira (23), por meio de decreto, a participação do país no Tratado Transpacífico de Comércio Livre (TPP, sigla em inglês), o mais importante acordo internacional assinado pelo ex-presidente Barack Obama, destinado a estabelecer novas bases para as relações comerciais e econômicas de 12 países do Oceano Pacífico, reduzindo tarifas e estimulando o comércio para impulsionar o crescimento.

Além dos Estados Unidos, assinaram o acordo: Austrália, Brunei, Canadá, Chile, Japão, Malásia, México, Nova Zelândia, Peru, Cingapura e Vietnã. Com a medida tomada nesta segunda-feira, Trump começa – já no primeiro dia útil de seu mandato, após tomar tomar posse na sexta-feira (20) – a reconfigurar o papel do país norte-americano na economia global.
Esta é a segunda vez que o novo presidente – ou os parlamentares do Partido Republicano – invalida uma herança deixada por Obama. A primeira foi o cancelamento do Obamacare, um programa de saúde aprovado pelo ex-presidente para estender atendimento médico a toda população americana. Esse legado deixado pelo ex-presidente começou a ser desmontado antes mesmo de Trump tomar posse, por iniciativa de congressistas republicanos.
“Avisou” em campanha
Durante a campanha, o presidente Trump já havia anunciado que iria abandonar formalmente a Parceria Transpacífico, por considerar o acordo ruim para os trabalhadores americanos. A parceria ainda não tinha sido aprovada pelo Congresso americano e agora, com a saída dos Estados Unidos, o acordo praticamente se inviabiliza, já que a parceria tinha como pressuposto o mercado americano.
O posicionamento dos Estados Unidos no mercado global vai obrigar os países que têm comércio forte com o mercado americano a reavaliar suas estratégias.

A administração Obama negociou arduamente o pacto comercial do Pacífico durante oito anos. A parceria foi finalmente assinada pelos chefes de estado dos 12 países em 12 de outubro de 2015. Obama, porém, nunca levou a proposta ao Congresso americano, com receio de que o pacto fosse rejeitado. Na época, Obama entendeu que uma derrota no Congresso seria pior do que deixar o acordo estaganado sem aprovação.
Redirecionamento das tendências
A saída dos Estados Unidos da parceria com os países do Pacífico representa uma inversão na tendência de décadas de política econômica internacional – executadas tanto por governos democratas quanto por republicano – de reduzir as barreiras comerciais e expandir o comércio em todo o mundo. Embora os candidatos muitas vezes tenham criticado acordos comerciais na campanha, aqueles que chegaram à Casa Branca, incluindo o presidente Barack Obama, acabaram ampliando o alcance dessas relações.
“Estamos falando sobre isso há muito tempo”, disse Trump, ao assinar o decreto formalizando a saída dos Estados Unidos do TPP. Para ele, a retirada do pacto comercial é “uma grande coisa para o trabalhador americano”.
Assessores de Trump afirmam que o novo presidente pretende avançar rapidamente na renegociação do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (Nafta). A negociação do Nafta começou na gestão do presidente George Bush e o acordo foi levado ao Congresso pelo presidente Bill Clinton.

Trump terá encontros com os mandatários do Canadá e do México, os dois principais parceiros do Nafta. O acordo tem sido um dos principais motores do comércio americano há quase duas décadas, mas há algum tempo tem sido questionado por, supostamente, diminuir a oferta de emprego e reduzir os salários do trabalhador norte-americano.
Fonte: Último Segundo/Mundo/Ig. São paulo


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