União Européia sofre com disputas de Gás
A União Europeia (UE) está sendo afetada pela crise energética entre a Rússia e a Ucrânia e vai promover uma reunião entre as duas partes no dia 9 de Janeiro.
A Bulgária, a Polónia, a Hungria e a Roménia apresentam níveis de circulação de gás abaixo do normal, resultado do corte de fornecimento de gás russo à Ucrânia desde dia 2.
A Rússia confirma a redução no abastecimento, mas acusa a Ucrânia de dificultar a passagem do gás nos seus gasodutos. Do outro lado, a Ucrânia responsabiliza os russos de reduzirem o volume de gás.
Apesar de as falhas de abastecimento ainda não chegarem ao consumidor, uma vez que há reservas para vários dias, a Europa teme a quebra no fornecimento russo, numa altura em que, devido às baixas temperaturas, o consumo sobe.
Portugal não é afectado pela crise, porque recebe gás através da Argélia, mas, a manter-se por algumas semanas a disputa, a UE pode ficar numa situação difícil, já que 80 por cento do gás natural que importa à Rússia chega através de gasodutos ucranianos.
O vice-presidente da empresa russa Gazprom, Alexander Medvedev, diz que as negociações ainda não aconteceram por falta de vontade dos ucranianos. Mas a presidência ucraniana diz estar disponível e que “terminar as conversações entre a Ucrânia e a Rússia num clima de transparência e respeito mútuo constitui uma tarefa inadiável”, o que deve acontecer na próxima semana.
DÍVIDAS E SUBIDA NOS PREÇOS GERAM TENSÃO
Os problemas entre a Rússia e a Ucrânia não são recentes nem se cingem a aspectos energéticos. Desta vez, está em causa uma dívida da Ucrânia de perto de dois mil milhões de dólares, que dizem respeito ao fornecimento de gás nos meses de Novembro e Dezembro. Mas os novos preços que a Rússia quer cobrar e que a Ucrânia recusa contribuem para a disputa.
Pelo meio, a Ucrânia é acusada de roubar por dia 21 milhões de metros cúbicos de gás, mas os ucranianos dizem servir para o transporte do mesmo.
Há três anos viveu-se uma situação semelhante, também por falta de acordo na tabela de preços. E a intenção de a Ucrânia integrar a NATO, contra a vontade russa, não ajuda às negociações.
PERFIS
VICTOR IUSCHENKO
Presidente da Ucrânia desde 2004. Enfrenta a polémica por ordenar a dissolução do Parlamento em Outubro e pela a crise económica que o país vive.
DIMITRI MEDVEDEV
Pesidente da Rússia desde 2008, considerado liberal, prometeu reduzir a inflação russa e a dependência da economia dos recursos naturais.
PORMENORES
DEPENDÊNCIA ENERGÉTICA
A UE compra à Rússia perto de um quarto do gás natural que consome. A parcela deve subir para um terço até 2015.
CORTES NA ROMÉNIA
A Roménia já verificou cortes de 30% no abastecimento de gás natural e tem reservas para um mês.
ALEMANHA SEM CORTES
A Alemanha, a maior economia da Europa, ainda não indicou cortes no fornecimento.
240 DÓLARES MAIS CARO
O gás estava a ser vendido a 180 dólares por metro cúbico. A Ucrânia sugeriu um aumento até aos 235 dólares, mas a Rússia exige 418 .
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