Israel divide Gaza em duas com tropas terrestres
As tropas israelenses dividiram em duas a Faixa de Gaza após a ofensiva terrestre contra o Hamas, iniciada no sábado, e cercaram Gaza , a principal cidade da região palestina, onde neste domingo era impossível a passagem entre o norte e o sul.
Os tanques israelenses dispararam contra posições de militantes suspeitos e aviões de guerra, enquanto os militantes do Hamas responderam com morteiros e foguetes.
Tropas israelenses conquistaram o controle da região leste do Norte da Faixa de Gaza, no segundo dia de operações em terra contra o Hamas no pequeno território palestino. Em outras áreas, forças israelenses e integrantes do grupo radical islâmico estão trocando fogo pesado. Um dos locais de disputa mais intensa é o campo de refugiados de Jabalya, onde uma mesquita foi alvejada na semana passada. Na periferia da Cidade de Gaza são registrados confrontos.
No entanto, a decisão de Israel de lançar uma ofensiva terrestre contra o Hamas na Faixa de Gaza dá aos militantes palestinos sua primeira chance no atual conflito de trocar disparos em condições de relativa igualdade com as tropas israelenses . Até agora, os militantes estiveram impotentes diante dos ataques israelenses por ar e mar e de bombardeios – terrenos em que Israel goza de completa superioridade militar.
A tática ao dividir o território – de 40 quilômetros de cumprimento por 15 de largura e onde vivem 1,5 milhão de pessoas – tem como finalizar fechar as vias de comunicação e abastecimento do Hamas e de outros grupos armados. A operação se produziu simultaneamente a confrontos entre as tropas israelenses e os milicianos palestinos, em combates que, desde o sábado, já deixaram mais 40 mortos e 150 feridos.
Segundo autoridades da área médica de Gaza, o número de palestinos mortos subiu para 512. Uma agência da ONU disse que ao menos um quarto dos mortos é de civis. Já um grupo de direitos humanos palestino alega que a proporção de civis é de 40%. Um soldado israelense foi morto e 32 ficaram feridos na ofensiva por terra, segundo Israel. Quatro israelenses foram mortos nos ataques com foguetes do Hamas desde 27 de dezembro. Neste domingo, o Exército de Israel confirmou a primeira baixa militar desde que o conflito começou há oito dias. Um soldado foi morto por foguete palestino. Um outro ficou ferido gravemente ferido.
Presidente de Israel rejeita trégua
O presidente israelense, Shimon Peres, rejeitou neste domingo a possibilidade de trégua na Faixa de Gaza e disse que o Hamas precisa de uma “lição real”, à medida que as forças de Israel ampliam as operações terrestres.
O principal negociador palestino, Saeb Erekat, disse neste domingo que o processo de paz entre palestinos e Israel está “enterrado sob os tanques israelenses” que invadiram a Faixa de Gaza. O presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, classificou a incursão terrestre como uma “agressão brutal”.
A secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, cancelou uma viagem à China nesta semana por causa da crise na Faixa de Gaza com a ofensiva por terra de Israel, disse o Departamento de Estado no domingo.
A invasão por terra foi iniciada no sábado. Uma coluna de veículos militares protegida por helicópteros de combate entrou em Gaza por três pontos diferentes. De acordo com o premier de Israel, Ehud Olmert, a operação terrestre foi “inevitável” e tem como objetivo aniquilar a capacidade de o Hamas lançar foguetes Qassam contra o Sul de Israel. A estratégia israelense é dividir da Faixa de Gaza em duas áreas, isolando a Cidade de Gaza do sul da região, a fim de otimizar as suas operações militares e enfraquecer as comunicações e o poderia bélico do Hamas.
Neste domingo, foguetes palestinos atingiram as cidades de Ashdod, Ashkelon, Netivot, Eshkol e Sderot, deixando duas pessoas levemente feridas, segundo informações do jornal “Haaretz”.
Uma reunião do Conselho de Segurança da ONU que estudava a possibilidade de cessar-fogo na região do conflito terminou sem acordo. Os EUA bloquearam a resolução.
De acordo com o Exército de Israel, dezenas de combatentes do Hamas teriam morrido durante a ofensiva por terra. Trinta soldados israelenses ficaram feridos na incursão – dois com gravidade.
O ministro da Defesa israelense, Ehud Barak, previu que a invasão “não será fácil nem curta”, enquanto o braço armado do Hamas advertiu que o Estado judeu “pagará um alto preço” pela operação.
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