Levantadoras mais motivadas para brigar pela vaga de titular da seleção
Elas trocaram de papéis e tiveram de suportar a pressão, cada uma a seu modo. Fabíola chegou ao Mundial do Japão na condição de reserva.
Estava pronta para passar mais tempo acompanhando aos jogos do banco do que dentro de quadra. Mas acabou ganhando espaço a partir do segundo set do terceiro confronto do Brasil no torneio. Dali em diante, Dani Lins teve de se acostumar com a situação e driblar a tristeza para seguir podendo ajudar o grupo, mesmo que por poucos minutos.
Sofreu do banco na final contra a Rússia e lembra até hoje a vontade que sentiu de entrar e tentar mudar aquela situação. De volta para casa, com a medalha de prata na bagagem, as duas querem mostrar na Superliga – que terá início no dia 27 -, que merecem estar novamente na lista do técnico José Roberto Guimarães nas próximas convocações.
– A gente sabe que nessa posição não tem ainda uma titular. Eu não sei explicar o que aconteceu. Joguei direito contra o Quênia e a República Tcheca e a Fabíola entrou e foi superbem. No começo foi difícil. Eu fiquei triste, mas me tranquilizei depois porque a equipe me ajudou e eu estava feliz de estar ali. Mas me deu uma dor no coração na final. Fico lembrando a vontade de entrar, de tentar fazer algo.
Todo mundo estava muito afim no banco. Infelizmente a Gamova jogou o que não jogou a vida dela toda. Essa Superliga vai ser muito mais motivante para mim. O Zé falou que vai ser um palco para ele ver as levantadoras e quero mostrar meu jogo para ele. Estou com bastante vontade de jogar e buscar espaço. No próximo Mundial estamos firmes de novo – disse Dani Lins.
Fabíola também quer o mesmo. Apesar de considerar a prata como um ouro, sabe que ainda precisa se aprimorar ainda mais para conduzir a seleção.
– Para mim era um sonho participar do Mundial. E foi uma surpresa, uma oportunidade única sair jogando. Fiquei feliz com a confiança da comissão técnica e da equipe. Mas eu ainda tenho muito a aprender e trabalhar porque ainda não tem a titular.
Tento absover as críticas e os elogios. Acho que não teve um jogo mais difícil para mim. Foram todos. Foram 15 dias muito intensos, e eu tinha que estar 100%, com a responsabilidade de conduzir a equipe.
Para mim essa medalha vale ouro porque foi algo que eu precisava viver. Cresci muito. O Zé sempre conversou muito comigo. Fui a pessoa que mais tomou bronca – ri.
Tomou bronca, mas ganhou elogios também. Um deles foi de Luizomar de Moura, técnico do Osasco, atual campeão nacional.
– Essa menina foi valente. Aguentou a pressão – disse o treinador.
Além da pressão pessoal, Fabíola e Dani ainda lidam com a pressão de terem de substituir Fofão. As duas consideram a campeã olímpica um grande exemplo, mas sonham com o dia em que poderão ganhar seus lugares no coração da torcida.
– A gente tenta fazer as coisas porque a Fofão fazia, mas isso é bom porque o que ela fazia era certo.
Ela é um exemplo maravilhoso. Eu e a Fabíola tentamos fazer nosso trabalho o mais perfeito possível.
Daqui a pouco todo mundo esquece a Fofão e vai lembrar só de mim e da Fabíola – sorri Dani Lins.
fonte: Danielle Rocha
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