Novo comandante de bombeiros do RJ diz que está disposto a negociar
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro, Sérgio Simões, que assumiu o cargo no sábado (4), quando 439 bombeiros foram presos, afirmou nesta segunda-feira (6) que está à disposição dos grevistas para dialogar.
“Existe um canal de comunicação aberto, eu já mandei recado para as lideranças do movimento que eu quero recebê-los. Não nas escadarias da Alerj, eu quero recebê-los no quartel do comando geral”, disse Simões, ressaltando que o recado foi enviado no domingo (5) e ainda não teve respostas dos manifestantes.
“Eu quero ouvi-los e quero ser ouvidos por eles (…) As portas do meu gabinete estão abertas. Recebo a horas que eles quiserem, estou à disposição”, afirmou.
Sobre o aumento do salário, Simões afirmou que o governo do estado tem um programa de recuperação salarial que está em andamento. Segundo ele, em maio houve uma reunião das lideranças dos grevistas e a Secretaria estadual do Planejamento, onde foi pedido que os bombeiros apresentassem as propostas. O comandante afirmou que ainda não houve um retorno deles.
Perguntado se é possível ele intervir na libertação dos 439 bombeiros presos durante a invasão do Quartel Central, o comandante disse que isso não é de sua esfera de competência.
“Esses militares foram autuados em flagrantes por crimes tipificados no Código Penal Militar. Essa documentação já foi remetida para a auditoria de justiça militar e já esta sendo analisada pela juíza auditora”, explicou.
Ele disse ainda que a vontade do estado é diminuir o clima de tensão. Simões alegou que o fato de o governador ter chamado os grevistas de “vândalos e irresponsáveis” foi motivado pelo momento crítico que a corporação viva, após o quartel ter sido “invadido e depredado”.
Salários
Os bombeiros pedem um piso salarial de R$2 mil – atualmente é de R$ 950 – e também vale transporte e melhores condições de trabalho. De acordo com Simões, há dois tipos de salários: um de R$ 1.187, para o soldado que é solteiro; e o de R$ 1.414 para o que é casado e recebe o chamado salário-família.
“Nesse primeiro momento eu quero que a tropa confie em mim. Eu sou comandante da corporação, eu vou tratar dos interesses da corporação (…) vou me organizar e vou procurar o governador para levar a ele quais são as necessidades, quais são as necessidades da corporação”, disse o comandante.
Simões garantiu que apesar da crise o Corpo de Bombeiros não deixará de atender a população, “em nenhuma hipótese”.
Novo comandante tem 34 anos de experiência
O novo comandante-geral do Corpo de Bombeiros, o coronel Sérgio Simões, de 53 anos, tem experiência de 34 anos na corporação. Casado e pai de duas filhas, ele era subsecretário de Defesa Civil do município do Rio desde 2009, antes de ser nomeado no fim de semana, pelo governador Sérgio Cabral.
Entre as principais funções já exercidas por Simões, está o comando do 17º Grupamento de Bombeiro Militar (GBM) de Copacabana, entre 1997 e 1998. Ele também comandou o 10º GBM de Angra dos Reis, entre 2000 a 2003, onde, no mesmo período, foi coordenador das Ações de Resgate à Emergência Nuclear.
Em seguida, foi subsecretário de Operações da Sedec (antiga Secretaria de Estado de Defesa Civil), função que ocupou até 2006. Coordenou as operações de Prevenção e Resgate nos Jogos Pan-Americanos em 2007.
Simões também chefiou o Gabinete do Comando da Defesa Civil de janeiro de 2007 a dezembro de 2008.
Manifestação continua nesta segunda
A manifestação dos bombeiros na manhã desta segunda-feira nas escadarias da Assembleia Legislativa (Alerj), no Centro do Rio, é um protesto e uma busca por uma solução para “os presos políticos do Cabral”, disse o porta-voz dos bombeiros, cabo Gilberto Batista, do Quartel Central da corporação. O grupo pretende fazer uma nova passeata pelas ruas do Centro.
“No momento, nossa luta é pela libertação dos presos políticos do Cabral”, disse ele referindo-se aos colegas detidos na invasão do Quartel General da corporação.
Os cerca de 100 bombeiros concentrados nas escadarias da Alerj, segundo Batista, são os que estão de folga, porque, segundo ele, a corporação não quer deixar a população sem segurança.
A corporação reivindica também um reajuste salarial de pelo menos R$ 2 mil líquidos.
Mais cedo, bombeiros fizeram uma oração pedindo que Deus abençoasse e iluminasse o governador do Rio, Sérgio Cabral que, em nota divulgada no domingo (5), afirmou que as prisões dos 439 bombeiros rebelados que invadiram na noite de sexta-feira (3) o Quartel General da corporação, são punições devido à “imprudência” e “imensa irresponsabilidade” dos grevistas.
Os detidos foram transferidos para o quartel de Charitas, em Niterói, na Região Metropolitana, no domingo. Clique aqui e veja a íntegra da nota do governador.
Passeata na Ponte
Além do protesto na escadaria da Alerj, na noite de domingo (5), bombeiros também fizeram uma passeata pela Ponte Rio-Niterói. O policiamento em frente ao Quartel Central dos Bombeiros, invadido pelos manifestantes na noite de sexta-feira (3), permanece reforçado.
fonte: RJTV
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