Após escândalo de grampos telefônicos, diretora de jornais de Murdoch pede demissão
Rebekah Brooks, diretora de jornais do grupo britânico News Com, pediu demissão nesta sexta-feira (15), por conta do escândalo de grampos telefônicos que envolve o grupo do magnata da mídia Rupert Murdoch.
Ela será substituída por Tom Mockridge, atualmente diretor do canal de TV Sky Italia, segundo comunicado do grupo.
Rebekah vinha sendo bastante criticada por conta do escândalo, que abala há semanas a vida política do Reino Unido.
O tablóide “News of the World”, da News Corporation, é suspeito de realizar escutar ilegais contra milhares de pessoas, entre elas personalidades britânicas e membros da família real.
Diante das denúncias, o magnata Rupert Murdoch decidiu fechar a publicação. A última edição do periódico foi às bancas domingo.
Brooks, de 43 anos disse aos funcionários que sentia uma grande responsabilidade pela crise que se estendeu aos Estados Unidos, onde o FBI realiza uma investigação preliminar por possíveis escutas de vítimas dos atentados de 11 de setembro.
Sua demissão marca um novo capítulo na grave crise que sacode o grupo do australiano Rupert Murdoch, News Corp., que em uma semana teve que fechar o News of the World e desistir de assumir o controle do canal britânico de tv paga BSkyB.
A ação da News Corp. perdeu nesta semana 12% na Bolsa de Sydney.
O novo diretor da News International, Tom Mockridge, terá a tarefa de restaurar a confiança na filial britânica de Murdoch, à frente do “The Sun”, o jornal britânico de maior tiragem, “The Times” e “Sunday Times”.
O primeiro-ministro britânico, David Cameron, se somou às pressões sobre Brooks para que se demitisse, depois da revelação de que funcionários do jornal teriam interceptado na última década os telefonemas de até 4.000 pessoas, não apenas políticos e famosos.
A saída de Brooks, considerada a “sétima filha” de Murdoch, põe fim a uma carreira meteórica de mais de 20 anos. Nesse tempo, passou de secretária no “News of World” a redatora-chefe do jornal entre 2000 e 2003, depois ficou no “Sun” até 2009 e, por fim, foi diretora-geral do News International.
“Como diretora-geral da companhia, tenho um profundo sentido da responsabilidade para com as pessoas que magoamos, e quero reiterar o quanto sinto pelo que agora sabemos que aconteceu”, escreveu Brooks em um comunicado.
Rupert Murdoch e seu filho James, presidente de News International, devem prestar depoimento na próxima terça-feira ante uma comissão parlamentar britânica pelo escândalo das escutas telefônicas.
Em uma entrevista a seu principal jornal americano, o “Wall Street Journal”, Rupert Murdoch insistiu que a crise está sendo conduzida de “forma extraordinariamente boa” e caracterizou de “mentiras” as críticas dos deputados britânicos.
No momento, nove pessoas foram detidas e liberadas em relação com o escândalo. A última delas, Neil Wallis, ex-redator-chefe adjunto do News of the World na época de Andy Coulson, o ex-diretor de comunicação do premiê David Cameron, que também foi preso na semana passada.
O premiê britânico disse que Rebekah fez a coisa certa.
“Ele acredita que é a decisão correta, ele já disse que ele devia ter aceito sua renúncia”, disse um porta-voz de Cameron.
Jean Charles
Na quinta-feira, foi revelado que Alex Pereira, primo do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto pela polícia britânica em 2005, estaria entre os grampeados.
A família do brasileiro morto por engano pediu ao premiê Cameron uma investigação sobre o suposto grampo.
fonte: G1
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