Estudantes do Piauí colocam fogo em ônibus durante protesto contra aumento das passagens

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Estudantes do Piauí voltaram a protestar nesta quinta-feira (1º) contra o aumento da tarifa de ônibus, de R$ 1,90 para R$ 2,10, em vigor desde sábado. Este é o quarto dia seguido de protestos estudantis em Teresina, e foi marcado por manifestações mais violentas que as registradas anteriormente. Um ônibus chegou a ser incendiado pelos estudantes e outros quatro veículos foram depredados.

As manifestações começaram pela manhã, quando os estudantes fizeram uma passeata e se reuniram em frente ao palácio da cidade. Os estudantes alegam que a população não tem condição de pagar o novo preço da passagem, e dizem que querem que o preço seja diminuído.

Uma comissão de dez manifestantes foi recebida por representantes da Prefeitura e do poder Legislativo, mas a revogação do aumento foi negada.

Os estudantes se revoltaram e chegaram a jogar frutas nos policiais militares que faziam a segurança do prédio da Prefeitura. Em seguida, os manifestantes voltaram às ruas à tarde, e começaram a depredar e saquear os ônibus.

A polícia interrompeu o trânsito em uma das principais pontes da cidade por conta de uma nova manifestação.

Resistência

“Vamos continuar até quando pudermos resistir e quando o preço da passagem abaixar”, afirmou na quarta-feira (31) Leonardo Maia, estudante de comunicação da Universidade Estadual do Piauí e membro da Assembleia Nacional dos Estudantes Livre, que participa dos protestos desde a segunda-feira. Segundo ele, 3,5 mil pessoas fazem parte do movimento contra o aumento da passagem.

Ao longo da semana, de acordo com a Polícia Militar, os estudantes fecharam vias e, no primeiro dia de protesto, seis chegaram a ser detidos e liberados em seguida. “No primeiro dia foram detidos porque houve vandalismo, mas agora fazem uma manifestação pacífica”, informou a coronel Júlia Beatriz Pires de Almeida. Segundo ela, o efetivo deve continuar monitorando os protestos nos próximos dias.

A Superintendência de Trânsito (Strans) da Prefeitura de Teresina informou que o aumento é irreversível e já foi decidido com base em estudos junto aos setores envolvidos. “Esse aumento é anual, e ocorre somente agora, 16 meses depois do último reajuste. Mesmo assim, estamos fazendo auditoria com uma comissão da qual participam prefeitura, usuários, sindicato, Ministério Público e conselho municipal para demonstrar que o valor é justo”, informou a superintendente Alzenir Porto.
Os estudantes reclamam dos ônibus sucateados, ausência de passe livre, falta de integração e linhas reduzidas. “Esse aumento não é justificado”, afirmou Leonardo.

O Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Teresina (Setut) publicou comunicado no qual afirma que o aumento de 10% “se deve à majoração dos custos de operação como reajustes de salários e de óleo diesel, além do aumento do percurso com a assistência a novos bairros, em regiões mais distantes”.

Ainda segundo o comunicado, “o impacto desses custos poderia ser diminuído caso houvesse um subsídio do poder público pelo barateamento da tarifa, como ocorre em outras capitais”. “Em Teresina, quem banca as gratuidades de diversas categorias profissionais e a meia-passagem dos estudantes é o passageiro pagante”, diz a nota. “Só políticas publicas de priorizar o transporte coletivo podem garantir um equilíbrio entre os custos do sistema e o valor pago pelo usuário.”

fonte: g1


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