Membro da seita ‘Verdade Suprema’ se entrega após se cansar de fugir,em Tóquio
Makoto Hirata, antigo integrante da seita “Verdade Suprema”, responsável pelo atentado com gás sarin em 1995, no metrô de Tóquio, no Japão, se entregou à polícia no sábado (31), poucos minutos antes de fim do ano, informou nesta segunda-feira (2) a imprensa local.
Hirata, de 46 anos, se entregou em uma delegacia do distrito de Marunochi, em Tóquio, e foi reconhecido e detido por sua suposta colaboração no atentado perpetrado pela seita em 1995, o pior
na história do japão, no qual morreram 13 pessoas e mais de 6.000 foram intoxicaaos.
O fugitivo, que estava na lista de pessoas mais procuradas do país, assegurou que se entregou porque estava cansado de fugir e levava uma mochila com dezenas de milhares de ienes, segundo informou a agência local de notícias “Kyodo”.
O atentado foi executado por cinco integrantes da seita, entre os quais estava Hirata. O grupo perfurou com guarda-chuvas vários pacotes de sarin colocados em cinco trens do metrô de Tóquio, em plena hora do rush, da manhã do dia 20 de março de 1995.
Com a detenção de Hirata, ainda permanecem fugitivos dois suspeitos de participar do ataque no metrô de Tóquio: Naoko Kikuchi, de 40 anos, e Katsuya Takahashi, 53.
Hirata também estaria envolvido no sequestro de Kiyoshi Kariya, que averiguava o desaparecimento de sua irmã, crente da “Verdade Suprema”, após abandonar a seita por causa das pressões para ceder ao guru do grupo, Shoko Asahara, vários milhões de ienes e propriedades imobiliárias de sua família.
Kariya morreu durante seu cativeiro, no quartel-general da seita, como resultado de uma overdose de drogas que lhe administraram médicos da organização. A polícia acredita que Hirata era o motorista durante o sequestro.
Nos últimos 15 anos, os tribunais japoneses processaram 189 integrantes da seita, emitiram cinco penas de prisão perpétua e confirmaram 13 penas de morte, entre elas a de Asahara.
Por enquanto, nenhuma das execuções foi realizada porque a lei japonesa estabelece que todas as
sentenças dos cúmplices do delito devem ser confirmadas antes de poder se aplicar a pena capital.
A seita “Verdade Suprema” (Aum Shinrikyo, em japonês) foi criada em 1984, quando seu líder Asahara, cujo nome real é Chizuo Matsumoto, abriu um pequeno seminário de ioga no bairro de Shibuya, em Tóquio.
Asahara conseguiu coaptar vários jovens da elite universitária japonesa, o que impulsionou o crescimento da estrutura e transformou a seita em uma poderosa organização subdividida em ministérios, com capacidade para produzir agentes químicos e armas leves, e que inclusive chegou a adquirir um helicóptero militar russo.
fonte: EFE
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