Justiça negar liminar e canal exibe programa sobre caso ‘Eliza Samudio’
Mesmo após a defesa do goleiro Bruno Fernandes tentar impedir na Justiça a veiculação de um documentário sobre o caso Eliza Samudio, a série “Até que a morte nos separe” foi exibida na noite desta terça-feira (19) pelo canal a cabo A&E.
O Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP) negou, horas antes de o episódio “Penalidade Máxima” ir ao ar, a liminar que pedia a suspensão da exibição do programa.
O pedido foi indeferido pela juíza Patricia Maiello Ribeiro Prado, da 41ª Vara Cível do Fórum João Mendes, mantendo a decisão do juiz Ivanhoé Pinheiro, da 38ª Vara Civil de São Paulo, dada nesta segunda-feira (18).
O episódio trouxe declarações de pessoas ligadas ao caso sobre o desaparecimento da ex-modelo e de especialistas, fazendo uma espécie de reconstituição dos fatos.
Além do depoimento do goleiro, na Assembleia de Legislativa de Minas Gerais em 2011, o programa mostrou relatos como o da mãe de Eliza Samudio, Sônia Moura, e os dos delegados Edson Moreira e Alessandra Wilke.
Liminar negada
De acordo com a assessoria de imprensa do Tribunal de Justiça de São Paulo (TJSP), a defesa de Bruno alegava em seu pedido que “a divulgação de programa jornalístico narrando os fatos a ele imputados como crime, ainda sob investigação judicial, atingiriam sua imagem por ficar vinculado à figura de culpado pelo fato criminoso”.
Para a juíza Patricia Maiello Ribeiro Prado, a alegação não justificava a suspensão da exibição do programa.
“A divulgação dos fatos, ainda que criminosos e não julgados por decisão transitada em julgado, não pode ser impedida”, afirmou a magistrada em sua decisão.
Um dos advogados do atleta, Eduardo Salles Pimenta, disse nesta segunda-feira (18) que entrou com um pedido de ação indenizatória contra o site e contra a produtora do conteúdo do vídeo.
Na decisão desta terça-feira, a juíza Patricia Maiello Ribeiro Prado determinou que a defesa apresente, em dez dias, o valor pretendido coma indenização por danos morais, pois, de acordo com a Justiça, o pedido sem a indicação de qualquer parâmetro viola a legislação.
O caso
O goleiro Bruno Fernandes e mais sete réus vão a júri popular no processo sobre o desaparecimento e morte de Eliza Samudio, ex-namorada do jogador. Para a polícia, Eliza foi morta em junho de 2010 na Região Metropolitana de Belo Horizonte, e o corpo nunca foi encontrado.
Após um relacionamento com o goleiro Bruno, Eliza deu à luz um menino em fevereiro de 2010. Ela alegava que o atleta era o pai da criança. Atualmente, o menino mora com a mãe da jovem, em Mato Grosso do Sul.
O goleiro, o amigo Luiz Henrique Romão e o primo Sérgio Rosa Sales vão a júri popular por sequestro e cárcere privado, homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver. Sérgio responde ao processo em liberdade.
O ex-policial Marcos Aparecido dos Santos também está preso e vai responder no júri popular por homicídio duplamente qualificado e ocultação de cadáver.
Dayanne Rodrigues, ex-mulher do goleiro; Wemerson Marques, amigo do jogador, e Elenílson Vítor Silva, caseiro do sítio em Esmeraldas, respondem pelo sequestro e cárcere privado do filho de Eliza.
Já Fernanda Gomes de Castro, outra ex-namorada do jogador, responde por sequestro e cárcere privado de Eliza e do filho dela.
Eles foram soltos em dezembro de 2010 e respondem ao processo em liberdade. Flávio Caetano Araújo, que chegou a ser indiciado, foi inocentado.
Segundo o Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), não há previsão de data para o julgamento do caso Eliza Samudio.
fonte: G1
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