Demissão de ‘Furacão da CPI’ é contestada dentro do próprio Congresso Nacional
Depois de receber manifestações de apoio e solidariedade de internautas, Denise Leitão Rocha, o Furacão da CPI, começa a provocar manifestações de apoio de ativistas femininas e até de integrantes do próprio Congresso.
Presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados, Domingos Dutra (PT-MA) vê uma boa dose de preconceito no caso da advogada, demitida do gabinete do senador Ciro Nogueira (PP-PI) por aparecer fazendo sexo num video na internet.
Na opinião do parlamentar, Denise pagou o pato pelo machismo que impera na sociedade brasileira.
– Se fosse um homem, será que a reação da sociedade, do senador e da mídia seriam a mesma? Eu acho que não – analisa o deputado.
Para Domingos Dutra, a exoneração da advogada teria sido precipitada, a reboque da repercussão nas redes sociais e na imprensa:
– Não vou entar no mérito que levou o senador a demiti-la, mas foi uma decisão apressada que só reforça o preconceito existente hoje sobre a mulher, que ainda é muito forte no país. Esse caso a marcará para o resto da vida. Certamente, ela terá dificuldades para arranjar um namorado, um emprego, circular em seus meios sociais.
– Esse é mais um sinal de como a nossa sociedade é machista. Se fosse um homem, seria enaltecido como um garanhão. Como é mulher, julgam-na como piranha – critica Rogéria Peixinho, coordenadora regional da Articulação de Mulheres Brasileiras, movimento nacional que luta pelos direitos femininos.
De acordo com ela, o Congresso Nacional atuou como um reflexo desse preconceito tupiniquim:
– Ela foi uma vítima do vazamento desse vídeo e a repercussão chegou a esse ponto porque ela é mulher. O Congresso é muito retrógrado, a ver pela quantidade de mulheres e negros eleitos.
Ao contrário de episódios recentes em que a Secretaria de Políticas para Mulheres pediu a retirada do ar de um comercial de lingerie com a modelo Gisele Bündchen e criticou as agressões de um marido contra sua esposa na novela “Fina Estampa”, da Rede Globo, o órgão, ligado à Presidência da República, recusou-se a comentar o caso ocorrido no gabinete do senador.
No Senado, o presidente da Comissão de Direitos Humanos, Paulo Paim (PT-RS), não foi localizado. Sua vice, Ana Rita (PT-ES), estava em reunião.
fonte: Marcelo Dias, Extra
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