Cesar Cielo estreia em Londres e se classifica com o 10º melhor tempo
Há quatro anos, a imagem de Cesar Cielo no telão do Cubo D’Água, minutos antes dos 100m livre, foi com saudações protocolares. Naquela eliminatória em Pequim, os olhos estavam voltados para franceses e australianos. Em Londres, foi só o brasileiro entrar na piscina para ser muito aplaudido pela arquibancada.
Estava ali como o atual recordista mundial da distância, que está na briga para ganhar mais uma medalha olímpica para a sua coleção. Nesta terça-feira, Cielo nadou o suficiente para avançar às semifinais.
Sem colocar muita energia nas braçadas, se classificou com o 10º melhor tempo (48s67), empatado com o polonês Konrad Czerniak. Não sem uma pontinha de preocupação. Por conta da miopia, teve dificuldade para enxergar direito o placar eletrônico.
– Quando eu vi que cheguei em quarto lugar na minha série (na verdade ele chegou em quinto), fiquei preocupado. Mas tenho o que melhorar para ganhar alguns centésimos. Foi meio pesado. A primeira nadada é sempre difícil de encaixar. Você acorda mais cedo do que o normal. Mas me classifiquei. Era o que eu queria. Hoje à noite vou ter que entrar com um ritmo mais forte para garantir uma vaga na final. A prova está bem embolada e tem que fazer 47s, porque 48s não vai dar medalha, não. Quebrei o gelo, estou classificado e vou para fazer o meu melhor – disse.
Nos Jogos de Pequim, Cielo havia terminado em 7º lugar geral nas eliminatórias da prova dos 100m livre, com o tempo de 48s16.
O americano Nathan Adrian liderou a eliminatória desta terça com o tempo de 48s19. James Magnussen, que chegou aos Jogos falando grosso, ficou em quarto (48s38).
Atual campeão mundial da prova e dono do melhor tempo do ano (47s10), o australiano deixou a piscina um pouco mais sorridente do que no domingo. O nadador de 21 anos não reagiu bem ao ser superado por Adrian na abertura do revezamento.
A semifinal dos 100m livre será nesta terça, às 15h30m (de Brasília). A final está marcada para quarta, às 16h20m.
Cielo acompanhou o desempenho e o sofrimento do adversário, que sempre que pode fala que não tem medo do brasileiro.
– Competição é isso aí. Não gosto de falar por causa disso (sorri). Tem que ter suporte mental para o que vem junto com a declaração. Mas coloco ele como um dos favoritos. Não foi um erro completo, mas um erro de trajeto.
Não é só Magnussen que preocupa Cielo. O brasileiro ficou impressionado com o francês Yannick Agnel, que fechou o 4x100m livre e roubou dos americanos a medalha de ouro. Não satisfeito, ainda conquistou outra medalha dourada nos 200m livre.
– Agnel foi uma surpresa. Ele entra como favorito nos 100m livre. Naquele revezamento eu achei uma surpresa a França ter ganho e os Estados Unidos terem liderado boa parte da prova e só não conseguirem levar por um erro de tática. Talvez fosse melhor ter colocado o Matt Grevers no lugar do Lochte para fechar. Mas eu errei a previsão. Eu particularmente tinha achado que daria Austrália, França e Rússia, com Estados Unidos em quarto e Brasil em quinto. Ainda bem que não apostei. Se tivesse um bolão eu estaria pobre agora – brinca.
O brasileiro Nicolas Oliveira também participou da prova eliminatória, entretanto, não conseguiu se classificar. A marca de 49s51 o deixou na 24ª colocação geral.
Classificados para as semifinais dos 100m livre:
1º Nathan Adrian (EUA): 48s19
2º Gideon Louw (África do Sul): 48s29
3º Sebastiaan Verschuren (Holanda): 48s37
4º James Magnussen (Austrália): 48s38
5º Brent Hayden (Canadá): 48s53
6º Brett Fraser (Ilhas Cayam): 48s54
Pieter Timmers (Bélgica): 48s54
8º Nikita Lobintsev (Rússia): 48s60
9º Cullen Jones (EUA): 48s61
10º Cesar Cielo (Brasil): 48s67
Konrad Czerniak (Polônia): 48s67
12º James Robers (Austrália): 48s93
Yannick Angel (França): 48s93
14º Fabien Gilot (França): 48s95
15º Hanser Garcia (Cuba): 48s97
16º Shaune Fraser (Ilhas Cayman): 48s99
fonte: Danielle Rocha
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