Pressão de alunos reduz aumento de mensalidades em faculdade em SP
Autarquia municipal, Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo anunciou aumento acima da inflação para alunos, que o reverteram após atos
Após muita pressão, estudantes da Faculdade de Direito de São Bernardo do Campo (FDSBC), na Grande São Paulo, conseguiram reduzir o reajuste anual anunciado pela instituição de ensino para o próximo ano. O aumento previsto para as mensalidades de 2017 era de 11%, o que levaria o custo aos alunos de R$ 932,00 para R$ 1.035. Mas, após uma reunião entre a direção da FDSBC e o Centro Acadêmico XX de Agosto (CAXXA) – que representa os estudantes –, ele caiu para 6,87% (R$ 996).
Segundo o coordenador de finanças do CAXXA, Giulio Zanone Eugenio, de 20 anos, o centro acadêmico juntou esforços para mobilizar alunos para que eles “ajudassem na luta” contra o aumento proposto pela faculdade. “Sabíamos que seria um desafio enorme, visto que nos últimos anos a direção foi rígida e não cedeu 1% sequer”, conta ele.
Por se tratar de uma autarquia municipal, a faculdade de Direito precisa enviar seu orçamento, com os reajustes, para a Prefeitura de São Bernardo do Campo. No entanto, Eugenio afirma que a instituição de ensino comunicou o aumento das mensalidades duas semanas antes da entrega do documento à administração municipal.
A reação dos alunos foi rápida. Uma semana após o anúncio do reajuste, uma Assembleia Geral marcada pelo centro acadêmico conseguiu atrair 700 alunos – mais de um quarto do total de 2,4 mil de matriculados na instituição. Com a grande adesão, estudantes passaram a organizar manifestações dentro e fora da faculdade, com direito a apitaços em seus corredores durante o período de aulas. A pressão surtiu efeito e, em apenas dois dias, o aumento de 11% foi reduzido, na sexta-feira (19).
Reajuste acima da inflação
O reajuste de mensalidades é uma prática comum entre todas as instituições de ensino pagas, mas normalmente é baseado na inflação acumulada do ano anterior. No caso, a previsão para 2016 é de 7,2%, próximo à porcentagem conquistada pelos alunos após os protestos.
A Faculdade de Direito de São Bernardo justificou que o reajuste de 11% era necessário para enfrentar o aumento de custos, principalmente as despesas de pessoal e contratos terceirizados de manutenção do campus.
Tais ajustes visam a atender à necessidade de ampliação dos serviços acadêmicos e administrativos e também corrigir defasagem dos valores anteriormente praticados, sem o que, dificilmente, os serviços continuarão a ser prestados”, informou a direção em nota. A instituição também apresentou aos alunos uma lista que mostrava como sua mensalidade era inferior à de outras faculdades pagas na Grande São Paulo.
Além da diminuição do reajuste, a mobilização dos estudantes conseguiu a isenção de taxas cobradas para a apresentação de atestados de doença, gravidez e em caso de falecimento de parentes de primeiro grau e o congelamento dos valores das demais taxas administrativas cobradas pela faculdade – como impressão de trabalhos e requerimento de prova substitutiva. “Diminuir os 11% para 6,87% não foi ideal, mas, sem dúvida alguma, foi uma conquista do movimento estudantil”, comemora Eugenio.
Fonte: Último Segundo/Educação/Ig. São Paaulo
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