Fórum de energia alternativa esquece dos biocombustíveis

biocombustivel

Em um pequeno estande na feira, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e a União da Indústria de Cana-de-açúcar (Unica) são praticamente os únicos representantes de uma das mais promissoras tecnologias de energia alternativa. O tema foi contemplado pelos organizadores nos debates – com participação majoritária de brasileiros -, mas de uma forma geral os biocombustíveis foram ofuscados por painéis solares, turbinas eólicas ou transporte elétrico.

Uma possível explicação para a ausência é o foco do país sede. Os Emirados Árabes Unidos estão investindo grandes somas de dinheiro em novas tecnologias energéticas com o objetivo de se tornar um pólo mundial de conhecimento nesse campo. O país tem mostrado pouco interesse nos biocombustíveis, em parte porque teria dificuldade de produzi-lo internamente. Além disso, algumas tecnologias mais novas, como a eólica e a solar, são mais atraentes para os investidores da região porque o estágio inicial das empresas nesses campos geram mais oportunidades de controle do negócio.

Outra dificuldade é que a coqueluche do evento é a Masdar City, a cidade que está sendo construída pelo governo de Abu Dhabi e promete ser completamente neutra na emissão de CO². Uma parte considerável dos expositores tem alguma ligação com o projeto ou gostaria de ter. Mas a cidade deverá ter entre suas principais fontes de energia a solar, e não há nenhum plano de usar biocombustíveis.

Para Carlos Antonio Cavalcanti, diretor-geral do departamento de Infraestrutura e Energia da Fiesp, o Brasil também é responsável pela falta de presença dos biocombustíveis no evento. O estande da Fiesp, aliás, foi cedido pelos organizadores. “Temos que identificar se este é mesmo o principal fórum para nos apresentarmos, e eu acho que é (…) No ano que vem temos que dar uma pirueta e voltar para cá para realmente mostrar a experiência brasileira, que é única no mundo”, diz ele.

Antonio Cavalcanti acredita que ainda existe muito desconhecimento sobre o que o Brasil e os biocombustíveis podem oferecer. “Aqui eu tenho visto soluções para daqui a 15, 20 anos (…) Nós estamos falando do presente.” Além do desconhecimento técnico, o Brasil e os biocombustíveis também sofrem críticas comuns, que nem sempre se aplicam ao país. Uma dos mais constantes é que a alternativa aumenta o preço dos alimentos – algo que o governo brasileiro diz não se aplicar ao país por causa da grande quantidade de terras ainda livres para o cultivo.

Os representantes brasileiros também defendem que os biocombustíveis permitem ao país ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Dados compilados pela Fiesp mostram que enquanto o Brasil tem 45% de fontes renováveis em sua matriz (30% disso por causa da biomassa), a matriz mundial é composta por apenas 12% de renováveis. Entre os países ricos essa situação é ainda pior, sendo apenas 6% das fontes de energia limpa. A Fiesp preparou um material de divulgação com esses dados, mas, em meio ao zumbido das turbinas eólicas e ao brilho dos painéis solares, não parece que muita gente no fórum está ouvindo a mensagem.

Os representantes brasileiros também defendem que os biocombustíveis permitem ao país ter uma das matrizes energéticas mais limpas do mundo. Dados compilados pela Fiesp mostram que enquanto o Brasil tem 45% de fontes renováveis em sua matriz (30% disso por causa a biomassa), a matriz mundial é composta por apenas 12% de renováveis. Entre os países ricos essa situação é ainda pior, sendo apenas 6% das fontes de energia limpa.

A Fiesp preparou um material de divulgação com esses dados, mas, em meio ao zumbido das turbinas eólicas e ao brilho dos painéis solares, não parece que muita gente no fórum está ouvindo a mensagem.


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