Camelôs vendem (tamiflu) remédio para a gripe A (H1N1)
O medo da gripe suína produziu duas situações extremas, no Sul do Brasil: camelôs estão vendendo o remédio para o tratamento da doença nas ruas de Porto Alegre. E o medo do contágio levou as escolas infantis e creches a suspender o reinício das aulas.
A auxiliar de serviços gerais Fernanda Machado descobriu que a creche dos filhos estava fechada, quando saía para o trabalho. “Agora, eu vou ter que continuar em casa, cuidando deles e correndo o risco de perder o emprego”, diz.
A Prefeitura de Porto Alegre quer reduzir o risco de contágio do vírus da nova gripe entre as crianças menores de 6 anos de idade e adiou por duas semanas o reinício das aulas. Ao todo, 17 mil crianças foram afetadas pela decisão.
Sem escolas e com as creches fechadas, os pais precisam buscar alternativas. Muitos procuram o trabalho de pessoas como a babá Marilaine Bom.
Até semana passada, ela cuidava de duas crianças. Hoje, divide a atenção e a casa onde mora, com mais quatro meninos e meninas. “É lucro, mas para as mães é ruim porque pesa no bolso delas. Vai fazer falta para elas”, diz a babá.
Nesta quinta-feira (6), a Secretaria Estadual de Saúde do Rio Grande do Sul confirmou mais três mortes provocadas pela nova gripe.
Remédios vendidos por camelôs
No centro de Porto Alegre, camelôs irregulares vendem ilegalmente o que, segundo eles, é o remédio usado no tratamento da doença. Com uma câmera escondida, a reportagem flagrou a ação de um homem. Ele oferece cinco comprimidos por R$ 120.
O vendedor garante que o medicamento é verdadeiro e ainda tenta ensinar como o remédio deve ser tomado. Em poucos minutos, outro homem faz a entrega. Os comprimidos são embalados em um saco plástico, sem nenhum cuidado.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar o caso.
“São criminosos que estão soltos na cidade, vendendo remédios que não são só falsificados, mas que são modificados e que podem prejudicar e levar até a morte”, avisa o secretário municipal de Indústria e Comércio, Idenir Cecchin.
As autoridades de saúde condenam o uso de remédios comprados sem procedência e mal acondicionados. Mesmo o uso do medicamento verdadeiro, sem receita, também é perigoso e pode causar resistência do vírus.
“A automedicação pode causar efeitos colaterais e obviamente o paciente pode não melhorar. Ele pode até deixar de ter recebido a medicação que receberia se fosse procurar atendimento”, explica o médico infectologista Ricardo Zimerman.
fonte: g1
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