Animações ganham destaque no Oscar 2010
Quando as especulações sobre uma possível indicação ao Oscar de melhor filme para “WALL-E” chegaram ao auge, no ano passado, um executivo da Pixar confidenciou: “Esta é nossa última chance. Depois deste ano estaremos fora da disputa por prêmios.” Talvez não.
Este ano, as especulações sobre possíveis Oscar não poderiam estar mais intensas para “Up – Altas aventuras”, da Pixar, não apenas na categoria melhor animação, mas também na de melhor filme, graças ao aumento de cinco para dez filmes indicados ao Oscar desta categoria.
Uma indicação dupla para o filme animado seria algo histórico. O único caso anterior em que uma animação foi indicada para o Oscar de melhor filme foi “A bela e a fera”, de 1991, muito antes de existir a categoria de melhor longa de animação.
Uma indicação dupla também criaria complicações –e não apenas para os executivos da Pixar e de sua empresa mãe, a Disney, que teriam que desembolsar mais para fazer uma campanha maior.
Apostas
A Pixar e o diretor de “Up”, Pete Docter, talvez esperem que o ímpeto de melhor filme os leve a uma vitória na categoria de animação. Para alguns eleitores do Oscar, porém, a coisa pode funcionar no sentido contrário, levando-os a escolher outro filme na categoria animação se já tiverem colocado “Up” na urna como melhor filme (nesse sentido, seria azar para “Up” receber duas indicações).
A charada de “Up” não é o único drama que se desenrola neste ano. A disputa por melhor filme de animação está mais acirrada que nunca, graças à probabilidade de haver cinco opções, algo possível (mas não obrigatório) se a Academia qualificar pelo menos 16 animações para participar da disputa. Consta que cerca de 20 filmes já teriam sido candidatados neste ano. Esse fato pode elevar as chances de vários candidatos vistos como apostas improváveis.
“Há um clima de expectativa real neste ano devido à possibilidade de finalmente chegarmos ao número mágico de 16 filmes, o que seria um bônus real para muitos dos filmes que tiveram resultados menores nas bilheterias ou em DVD”, diz Ramin Zahed, da Animation Magazine. “Dizemos isso todos os anos, mas este ano há uma expectativa real de que isso aconteça.”
Não chega a surpreender que a categoria animação tenha crescido, com os grandes estúdios e os estúdios independentes intensificando sua produção de animações. Este ano, todos os grandes estúdios têm um candidato, além de algumas empresas menores que não são vistas com frequência na categoria, como a IFC, que participa com “Mary & Max.”
Isso aponta para uma temporada de premiações que terá mais que a disputa de praxe entre Pixar e DreamWorks Animation, Lasseter e Katzenberg, formado pela Disney (por mais interessante que essa disputa já seja). A Sony é uma participante de peso, com “Tá chovendo hambúrguer”, e a Focus tem dois trabalhos a oferecer: “Coraline e o mundo secreto”, de Henry Selick, e “9 – A salvação”, de Shane Acker.
Disney x Disney
A disputa também oferece um caso raro: a Disney clássica (como em “A princesa e o sapo”, com animação desenhada à mão) contra a Disney nova, computadorizada (“Up-Altas aventuras, da Pixar).
De fato, mais que em qualquer momento anterior de seus nove anos de história, o Oscar de animação está virando um referendo sobre o formato, em um momento em que o mundo da animação assiste a uma proliferação de tecnologias e opiniões, que às vezes geram rixas.
“Os fantasmas de Scrooge”, de Robert Zemeckis, provavelmente será aceito na disputa, mas se não for incluído entre os possíveis cinco indicados isso poderá ser interpretado como rejeição da tecnologia de “motion-capture.” E o 3D provavelmente também será um fator levado em conta, embora os estúdios venham adotando abordagens estratégicas diferentes a essa nova tecnologia.
A Focus optou por enviar aos eleitores do Oscar a versão em 3D de “Coraline” na esperança de que a obra de Selick mostrar-se melhor assim. Mas a Pixar decidiu não fazer o mesmo com “Up”, partindo da premissa de que os eleitores, com pouco tempo, não vão querer usar óculos especiais para assistir a seu filme.
A animação em estilo japonês está voltando à disputa com “Ponyo”, de Hayao Miyazaki. E, se tudo isso ainda não fosse suficiente, a disputa da animação ainda pode ser influenciada por elementos normalmente reservados para os filmes de ação ao vivo, com os eleitores prestando mais atenção a “O fantástico Sr. Raposo” devido à presença dos eternos candidatos a Oscar George Clooney e Meryl Streep.
A lista dos possíveis candidatos será anunciada nos próximos dias
fonte: g1
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