Internacional está na final da Copa Sulamericana
O nome é Sport Club Internacional, mas se quiser chamar de Brasil nas duas próximas semanas, sem problema. É com tons de vermelho e branco que o futebol verde-amarelo chega pela primeira vez à final de uma Copa Sul-Americana. O feito inédito é mérito do Colorado, que fez 4 a 0 no Chivas Guadalajara na noite desta quarta-feira, em um Beira-Rio eufórico, e cravou presença na decisão.
O resultado foi quase uma formalidade, já que a classificação estava encaminhada desde a semana passada, com a vitória de 2 a 0 no Jalisco. Esta noite, sem Alex, o brilho ficou concentrado em D’Alessandro e Nilmar, com dois gols cada, e Guiñazu, sempre onipresente. Agora, basta esperar o oponente na final. Será o Argentinos Juniors, de Buenos Aires, ou o Estudiantes, de La Plata. Os “hermanos” empataram o primeiro jogo por 1 a 1. O reencontro é nesta quinta-feira.
A decisão começa já na semana que vem, com o primeiro duelo na Argentina. Antes, o Inter recebe o Fluminense pelo Campeonato Brasileiro. É domingo, com time reserva.
Obrigado, Maradona: é show de D’Alessandro
Diego Armando Maradona estreou nesta quarta como técnico da seleção argentina. Venceu a Escócia por 1 a 0 e não fez a menor questão de convocar D’Alessandro. Os colorados agradecem. “El cabezón”, nenhuma novidade, comandou a vitória vermelha sobre o Chivas Guadalajara. A atuação do meia no primeiro tempo já seria fora do comum sem os dois gols que ele marcou. O gringo correu por todo o campo, deu carrinho, desarmou como se fosse volante. Ah, e fez os dois gols também.
O primeiro foi de pênalti, em jogada dele mesmo. D’Alessandro dominou na área, deixou um mexicano a ver navios e foi derrubado por Ocampo. A cobrança foi no cantinho, certeira, sem qualquer esperança para o goleiro Hernandez. O segundo foi de falta. Aos 35 minutos, ele chutou com perfeição, rente à trave esquerda do goleiro. A torcida reagiu à obra do camisa 15 com gritos de “uh, D’Alessandro”, como fazia com o eterno ídolo Fernandão.
Os gols não foram ocasionais, mera obra da genialidade de “El cabezón”. Nada disso. Foram merecidos. O Inter foi melhor desde o início, com raros momentos de bobeira defensiva. Quando Medina perdeu a cabeça ao levar drible humilhante de Marcão e deu pancada feia no colorado, a situação melhorou de vez para os gaúchos. Com um atleta a mais em campo, o Inter não teve problemas para fazer o terceiro gol.
Foi de Nilmar, mas Taison, o substituto de Alex, também pode comemorar. O guri bateu escanteio com todo o veneno do mundo. O goleiro até desviou, mas não adiantou nada. Nilmar, feito um raio, apareceu para entrar com bola e tudo no gol.
A etapa inicial ainda teve um detalhe que não surpreende nenhum colorado, mas que sempre merece registro: Guiñazu jogou um absurdo.
Festa e ritmo de treino para a final
Com uma vantagem de cinco gols na soma dos dois jogos da semifinal, os colorados começaram o segundo tempo candenciando a partida e fazendo a bola rolar, sem pressa. Em clima absoluto de festa, a torcida gritava “olé” logo aos três minutos. Aos 10, a “ola” tomou conta do Beira-Rio.
Sem qualquer razão para desgastar o time, o técnico Tite optou por tirar D’Alessandro, aos 16. Muito aplaudido, o meia argentino, que mandou no jogo, deixou o gramado do Gigante para a entrada de Andrezinho.
Mas já que o time estava em campo, e a torcida empolgada, que tal jogar um belo futebol? Aos 24 minutos, o garoto Taison deu um passe milimétrico para Nilmar. Sempre veloz e preciso, o camisa 9 deixou os zagueiros comendo poeira e tocou bonito na saída de Hernández. Pronto. O torcedor estava mais do que satisfeito.
Daí em diante, foram mais de 20 minutos de toques e inversões de bola. Da esqueda para a direita, e da direita para esquerda. E o tempo até que passou rápido, só não conseguiu superar a velocidade do Internacional contra o Chivas.
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