Dia dos Solteiros: A vida de quem vive feliz sozinho
Ritmo de vida cada vez mais agitado, a vontade eterna de curtir a vida sem compromissos e maior investimento na carreira profissional. Essas são as principais causas apontadas por aqueles que não namoram e não pretendem tão cedo manter relacionamentos sérios. O número cada vez maior desse tipo de perfil na sociedade faz surgir no calendário brasileiro uma nova data comemorativa, o Dia do Solteiro, festejado nesta segunda-feira, 15 de agosto.
De acordo com dados de 2010 do IBGE, no Brasil existem 31,949 milhões de homens solteiros e 30,345 milhões de mulheres nesta situação.
Assim é com Maria Clara Ribeiro, que aos 27 anos não tem pressa para encontrar um companheiro. “Nunca mantive nenhum tipo de relacionamento que durasse mais de duas semanas e não sinto falta de ter um namorado. Aos 17, eu achava que isso fosse mudar conforme eu fosse ficando mais velha, mas aqui estou eu dez anos depois me sentindo da mesma forma”, brinca.
Grande parte de suas amigas já é casada e pensa em filhos. Mas apesar de sofrer uma certa pressão familiar, Maria Clara não parece se importar muito. No momento, a vendedora pensa em retomar os estudos e terminar a faculdade de direito.
De acordo com a psicóloga Monick Acioli, as prioridades estão mudando e outras áreas da vida estão recebendo mais empenho das pessoas que a afetiva. “Essa obrigação social de ter compromisso foi perdendo força. As pessoas estão respeitando mais os seus próprios desejos, de forma que ter um relacionamento passou a ser uma opção e não uma obrigação”, avalia.
Maria Clara conta ainda que gosta de estar com amigos e de poder aproveitar festas, e argumenta que isso fica mais complicado no caso das meninas comprometidas. “Gosto de curtir as festas que vou com os meus amigos e de não ter que dar satisfação. Não tenho a mínima paciência com cara feia de namorado insatisfeito com minhas companhias ou com a forma como eu danço, como vejo que acontece com as minhas amigas”, afirma num tom de irritação.
Essa também é a situação do estudante Adam Burgos, de 22 anos, que diz não se preocupar em estar ou não com uma pessoa. Para ele a maior vantagem em ser solteiro é poder fazer suas próprias escolhas sem se preocupar em satisfazer a vontade de outras pessoas. Cursando física-médica na Universidade Federal do Rio de Janeiro, ele conta que o que mais gosta é de sair de vez enquando para tomar uma cerveja e de ir em boates. “Gosto de curtir momentos que, de certa forma, são exclusivos dos meus amigos”, diz.
Adam concorda que a preocupação com o trabalho também é um fator de peso na hora de optar por ser solteiro. “Muitas pessoas não conseguem conciliar um relacionamento saudável com a carreira profissional”. Para ele, que pretende se formar daqui a um ano e meio, quem tem muita pressa para entrar numa relação “não sabe como aproveitar a vida sem depender de qualquer outra pessoa”. Já Maria Clara pensa que o problema tem mais a ver com a auto-estima. “As pessoas são muito carentes hoje em dia. Acho que essa necessidade louca das pessoas de terem um namorado, em muitos casos, é só falta de amor-próprio mesmo”.
Psicóloga há oito anos, Monick alerta aos que levam muito a sério a necessidade de arranjar um namorado ou uma namorada. “Nesses casos há uma tendência forte de envolvimento com pessoas com as quais não se identificam e também de frustração, porque projetam a felicidade que querem ter, no outro”. Para a especialista, o ideal é que as pessoas se proponham a investir no que realmente querem com respeito à fase pela qual estão passando, e que sejam realizadas e felizes dessa forma.
Comprometidos X Solteiros: veja o que cada um pensa sobre a solidão
Diego Pereira, de 20 anos, pensa diferente da maioria de seus amigos que têm a mesma idade. Namorando há pouco mais que um ano, ele afirma não acreditar que as pessoas realmente se sintam mais felizes solteiras. “Ninguém é solteiro por opção de verdade. Isso é só uma desculpa. Todo mundo gosta de ter alguém ao lado, que pergunte como você está e que diga que te ama”, declara.
O estudante conta que nunca havia namorado alguém seriamente antes de conhecer a atual namorada. “Fiquei muito tempo procurando alguém com quem eu realmente quisesse estar, até que eu conheci a Ingrid. É difícil encontrar uma menina legal, que seja séria e de boa família. Todo mundo só quer saber de zoação hoje em dia. Eu não penso assim. Não sinto falta de estar sozinho”, afirma.
Sem namorar há dois anos, Sabrina Medeiros acredita que solidão não tem a ver com namoro ou com suas companhias. “Você pode estar com o seu namorado ou rodeada de amigos e mesmo assim se sentir sozinha. É uma coisa que tem a ver só com você e com seu estado de espírito”. Com 23 anos e no quarto semestre da faculdade de medicina, ela conta ainda que não precisa ter um companheiro e ouvir ‘eu te amo’ para saber que existem pessoas que gostam e se importam com ela.
Embora afirme adorar ser solteira, a futura médica consegue ver o lado bom das duas situações “Não acho que estar namorando seja ruim. É bom ter uma pessoa que te faça cafuné, que dê atenção aos seus problemas e esteja ali para te dar apoio, mas acho maravilhoso poder ser livre e não dar satisfação da minha vida para ninguém. Poder estar sempre com os meus amigos sem perturbações”, avalia ela.
Enquanto Diego afirma estar feliz em seu namoro e querer passar muitos anos ao lado de Ingrid, Sabrina diz estar numa ótima fase da vida e reforça o fato de não ter nenhuma pressa para começar a namorar outra vez.
Fonte:Jornal do Brasil
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