Estudante acusada por morte em jogos sexuais na Itália, faz último apelo por liberdade
A estudante americana Amanda Knox fez um apelo choroso nesta segunda-feira (3) para ser absolvida da acusação de assassinar a ex-colega de quarto britânico durante um jogo erótico, dizendo que ela estava pagando com sua vida por um crime que não cometeu.
“Eu sou a mesma pessoa que era há quatro anos”, disse Knox, visivelmente tremendo e lutando para conter as lágrimas.
“Eu perdi uma amiga da forma mais brutal e inexplicável possível. Minha fé absoluta nas autoridades policiais foi traída, eu tive de enfrentar acusações absolutamente injustas… e sem fundamento. Estou pagando com minha vida por coisas que não cometi.”
Amanda e seu namorado na época, Raffaele Sollecito, estão lutando contra um veredicto de 2009, que os considerou culpados de esfaquear a estudante de intercâmbio da Universidade de Leeds Meredith Kercher durante um brutal jogo sexual movido a drogas.
O júri, composto por dois juízes e seis jurados, pode diminuir ou suspender a sentença, e também aumentá-la, inclusive para prisão perpétua. Após o veredito, os dois presos ainda podem entrar com recurso na suprema corte italiana. A decisão é esperada na noite de segunda-feira.
A morte
A morte da estudante britânica aconteceu em novembro de 2007, aparentemente em meio a uma noitada embalada por sexo e drogas, no apartamento que as duas dividiam em Perugia, na Itália.
Meredith teve a garganta cortada por uma faca de cozinha que depois foi encontrada com Raffaelle, então namorado da norte-americana.
A defesa de Amanda, que tinha 20 anos na época do crime, lançou suspeitas sobre a análise de DNA que ligou a garota ao crime.
Medo de fuga
Um promotor pediu ao tribunal de Perugia na sexta-feira (30) que mantenha a condenação de assassinato para a estudante norte-americana Amanda Knox, afirmando temer que ela fuja da Itália caso seja libertada.
Se o veredicto for cancelado, os dois seriam libertados imediatamente. Ou seja, se a acusação recorrer, um novo julgamento poderia ocorrer na ausência de Amanda, caso ela volte para os EUA.
“Sabemos que, se o veredicto for cancelado, vai haver uma fuga transatlântica imediata”, disse Giuliano Mignini ao tribunal, após sua argumentação.
‘Crucificada’
O advogado de Amanda afirmou, na quinta-feira (29) que a estudante norte-americana era uma jovem ingênua que foi “crucificada” e “empalada em praça públia” ao ser falsamente acusada por um homicídio durante jogos sexuais.
A fala foi feita durante o julgamento do recurso.
O advogado Carlo dalla Vedova disse que houve erros na investigação policial, e pediu ao júri que se desfaça da imagem de Knox com uma moça alucinada por sexo.
“Ela foi crucificada, empalada em praça pública, atropelada por um tsunami midiático”, disse Dallla Vedova.
fonte: G1, com agências internacionais
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