Familiares clamam por justiça no enterro de jovens assassinados em emboscada

Familiares clamam por justiça no enterro de jovens assassinados em emboscada

Familiares clamam por justiça no enterro de jovens assassinados em emboscada

Enterro de quatro vítimas de chacina na Grande SP ocorreu neste sábado; guarda civil preso confessou que usou perfil falso em rede social para atrair jovens para matagal; polícia investiga se chacina visava vingar morte de GCM


Quatro dos cinco jovens mortos em uma emboscada supostamente arquitetada para vingar o assassinato de um guarda civil metropolitano foram enterrados neste sábado (12) no cemitério da Vila Alpina, na zona leste da capital paulista. Familiares emocionados chegaram ao local gritando por justiça. “Queremos os assassinos na cadeia”.
O velório, que começou às 16h, teve a participação de amigos e familiares dos jovens, e de representantes da ONG Rio de Paz. Vestidos de preto, eles exibiam faixas pedindo ao governo de São Paulo para esclarecer o caso. Também estiveram presentes membros do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa Humana de São Paulo (Codepe).
Residentes da região de São Mateus, na zona leste, os rapazes estavam desaparecidos desde o último dia 21 de outubro e apenas, no último domingo (6), os corpos foram localizados em um matagal na cidade de Mogi das Cruzes, a leste da Grande São Paulo. No dia em que desapareceram, os jovens tinham saído de casa para ir à uma festa em Ribeirão Pires, na região do ABC Paulista.
Esse compromisso foi combinado por meio de uma rede social com o falso perfil de uma garota. Na verdade, quem atraiu o grupo foi o guarda civil metropolitano de Santo André Rodrigo Gonçalves Oliveira, que está preso desde este sábado (10). Segundo a diretora do Departamento Estadual de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), Elizabete Sato, ele admitiu ter um perfil feminino falso no Facebook e ter usado essa identidade para convidar jovens para uma festa fictícia em uma chácara.

Em depoimento, Oliveira disse que já tinha a conta na rede social há um ano e que no último mês começou a se corresponder com dois dos jovens mortos – César Augusto Gomes Silva, de 20 anos, e Caique Henrique Machado Silva, 18 anos. Outros integrantes da corporação também estão sendo investigados de envolvimento.
Para o cemitério de Vila Alpina foram encaminhados os corpos de Jonathan Moreira Ferreira, 18 anos; César Augusto Gomes Silva, 20; Caique Henrique Machado Silva, 18 e Robson de Paula, 17. O corpo de Jones Ferreira Januário, de 30 anos, ainda não tinha sido liberado até à tarde deste sábado. Por desencontro de informações, os pais dele – que são separados – vieram para o cemitério de Vila Alpina, acreditando que o corpo do filho estaria aqui. Eles foram surpreendidos com a notícia de que nem sequer havia sido liberado, e que também a filha do casal estaria tratando do enterro em Vila Formosa.

De acordo com Cheila Olalla, membro do Condepe, como as mortes ocorreram em Mogi das Cruzes e a perícia no Instituto Médico Legal (IML) Central de São Paulo, isso dificultou os trâmites burocráticos para os enterros. Ela informou que os familiares chegaram a solicitar uma perícia paralela dos corpos porque, a princípio, ficaram desconfiados sobre a identificação, já que foram aconselhados a não ver os restos mortais que estavam bastante deteriorados. Mas segundo Olalla, depois com o andamento das investigações passaram a dar maior credibilidade à condução do caso. “Eles viram que a perícia foi séria”, disse ela.

Fonte: Último Segundo/Brasil/EBC Agência Brasil


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