Juiz Moro interroga mulher de Eduardo Cunha na quinta-feira

Juiz Moro interroga mulher de Eduardo Cunha na quinta-feira

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Cláudia Cruz é investigada na Lava Jato pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas por ser beneficiária de contas não declaradas na Suíça

A jornalista Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado Eduardo Cunha, será interrogada pelo juiz federal Sérgio Moro quinta-feira (16), às 14h, na sede da Justiça Federal em Curitiba. Cláudia prestará depoimento na ação penal a que responde pelos crimes de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
Ela é acusada de ser beneficiária das contas atribuídas a Eduardo Cunha na Suíça. Na audiência, Cláudia Cruz poderá ficar em silêncio e optar por não responder às perguntas do juiz e do representante do Ministério Público. De acordo com a Constituição, um investigado não é obrigado a produzir provas orais ou materiais contra si.
Em junho, Moro recebeu denúncia apresentada pela força-tarefa de procuradores da Operação Lava Jato contra Cláudia Cruz e outros investigados que viraram réus. A denúncia é vinculada à ação penal a que Cunha responde por não ter declarado contas no exterior, que também será julgada por Sérgio Moro. O ex-deputado está preso na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba desde o dia 19 de outubro.
Acusações
As investigações da Força Tarefa da Lava Jato apontaram que Cláudia Cruz tinha plena consciência dos crimes que praticava e é a única controladora da conta em nome da offshore Köpek, na Suíça, por meio da qual pagou despesas de cartão de crédito no exterior em montante superior a US$ 1 milhão num prazo de sete anos (2008 a 2014).
O valor é totalmente incompatível com os salários e o patrimônio lícito de seu marido. Quase a totalidade do dinheiro depositado na Köpek (99 7%) teve origem nas contas Triumph SP (US$ 1.050.000,00), Netherton (US$ 165 mil) e Orion SP (US$ 60 mil), todas pertencentes a Eduardo Cunha.
As contas do ex-deputado escondidas no exterior eram utilizadas para, em segredo e a fim de garantir sua impunidade, receber e movimentar propinas, produtos de crimes contra a administração pública praticados por Cunha. Por meio da mesma conta Köpek, a acusada também se favoreceu de parte de valores de uma propina de cerca de US$ 1,5 milhão que seu marido recebeu para “viabilizar” a aquisição, pela Petrobras, de 50% do bloco 4 de um campo de exploração de petróleo na costa do Benin, na África, em 2011.

Os recursos que aportaram na conta de Cláudia Cruz foram utilizados, por exemplo, para pagar compras de luxo feitas com cartões de crédito no exterior. Parte dos gastos dos cartões de crédito, que totalizaram US$ 854.387,31, foram utilizados, dentre outras coisas, para aquisição de artigos de grife, como bolsas, sapatos e roupas femininas.
Outra parte dos recursos foi destinada para despesas pessoais diversas da família de Eduardo Cunha, entre elas o pagamento de empresas educacionais responsáveis pelos estudos dos filhos do ex-deputado, como a Malvern College (Inglaterra) e a IMG Academies LLP (Estados Unidos). Cláudia ainda manteve depósitos não declarados às repartições federais na offshore Köpek em montante superior a US$ 100 mil entre os anos de 2009 e 2014, o que constitui crime contra o sistema financeiro nacional.

Fonte: Último Segundo/Política/EBC Agência Brasil


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