“Morreu dando a vida para outro”, diz viúva de vendedor ambulante morto no Metrô
Responsáveis pela morte de Luiz Carlos Ruas no último domingo (25) foram presos e levados à Delegacia de Polícia do Metropolitano em São Paulo
A viúva do vendedor ambulante Luiz Carlos Ruas, que morreu após ser agredido dentro da estação Dom Pedro II do Metrô, na região central de São Paulo, compareceu nesta quarta-feira (28) à Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom). Os suspeitos de praticar o assassinato, Ricardo Martins do Nascimento, de 21 anos, e Alípio Rogério dos Santos, de 26 anos, foram presos e 14 testemunhas, incluindo duas travestis e um funcionário da bilheteria do Metrô, foram convocadas para fazer o reconhecimento.
“Foi um abalo total. Ele era maravilhoso, tanto que morreu dando a vida para o outro”, disse Maria Souza Santos, a viúva do vendedor ambulante. “Quero que ele [Ricardo] pague pelo que fez. Tem uma família chorando, ele me deixou sozinha no mundo. Ele [Ruas] não merecia morrer do jeito que ele morreu. O rosto dele estava todo estourado, eu não tive coragem de ver”, lamentou. “Eu quero perguntar para o cara [Ricardo] por que ele fez isso com uma pessoa tão boa”, disse a mulher quando Ricardo Martins do Nascimento já estava na delegacia.
A irmã da vítima, Maria de Fátima Ruas, disse que o irmão estava trabalhando no domingo de Natal (25) para pagar o imposto do carro, que estava retido. “Eu não estou aguentando, não estou suportando de dor, meu coração está sangrando. Vamos fazer justiça”, disse.
“Eu não sou má pessoa”
Mais cedo, Ricardo lamentou o ocorrido e disse que, se pudesse, faria algo para ajudar a viúva do ambulante. “Eu não sou má pessoa”, disse. O acusado foi preso às 21h da terça-feira (27) na casa de um amigo em uma favela do município de Itupeva, região de Campinas.
O outro suspeito de ter participado do crime, o primo de Ricardo, Alípio Rogério Belo dos Santos, de 26 anos, foi localizado em um prédio da Cohab em Itaquera, na zona leste de São Paulo, na tarde desta quarta-feira (28), e levado para a Delegacia de Polícia do Metropolitano (Delpom).
Ricardo disse que a confusão começou após o seu primo levar uma garrafada na cabeça. “Não acredito nisso, eles estão tentando reverter, mas as imagens estão claras, a covardia que eles fizeram”, disse Osvaldo Nico, diretor do Departamento de Capturas e Delegacias Especializadas. “Ele está contando uma história, que, para mim, não convence”.
Crime
Luiz Carlos Ruas foi espancado e morto às 22h25 de domingo, noite de Natal. Segundo testemunhas, o ambulante vendia salgados e refrigerantes do lado de fora da estação quando dois homens se desentenderam com ele e passaram a agredi-lo. O ambulante defendia moradores de rua, incluindo duas travestis, que também foram agredidas pelos dois suspeitos.
O vendedor tentou correr até a bilheteria da estação na estação Dom Pedro II do Metrô, mas foi atingido por vários golpes e caiu no local. Ele foi socorrido e levado a um hospital por agentes de segurança do Metrô, mas não resistiu aos ferimentos.
Fonte: Último Segundo/Brasil/Com informações da Agência Brasil
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